A Cúpula da APEC e o abismo político do Peru
O Fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC), organizado em Lima, refletiu as duas faces da situação socioeconômica do Peru.
Enquanto altos executivos – locais e internacionais – participavam das palestras realizadas entre 11 e 16 de novembro, os cidadãos protestavam próximos ao local da reunião principal e em diversas outras áreas da cidade e do país.
Isso resume a situação que o Peru enfrenta nos últimos anos: existe um grande potencial de crescimento graças aos recursos naturais, aos acordos comerciais e a uma forte estabilidade macroeconômica, mas os problemas sociais subjacentes não foram resolvidos, o que resulta em agitação e criminalidade.
De acordo com dados do Sistema Informatizado Nacional de Mortes do Ministério da Saúde (Sinadef) foram registrados 1.702 homicídios entre janeiro e outubro – o maior número desde 2017 – razão pela qual os peruanos reclamam há mais de um ano. A onda de criminalidade custa ao país cerca de 35 bilhões de soles (mais de US$ 9 bilhões) por ano.
A presidente Dina Boluarte é uma das líderes mais impopulares do mundo, com apenas 3% de aprovação, segundo o instituto de pesquisas Datum. Este é o novo e humilhante recorde negativo para a ex-vice-presidente do destituído ex-presidente Pedro Castillo desde que assumiu o poder em dezembro de 2022.
Além do aumento da criminalidade, os desafios econômicos finalmente impactaram a histórica instabilidade política do Peru, que inclui seis presidentes só na última década. A economia tem estado em contração ou estagnada nos últimos dois anos, em contraste com o auge das commodities das últimas décadas.
Para agravar ainda mais o cenário, Boluarte e seus aliados têm se visto envolvidos em sucessivos escândalos de corrupção.
Como esperado, no primeiro dia das palestras da Cúpula de CEOs da APEC, em 14 de novembro, ocorreram protestos a cerca de 100 metros do Grande Teatro Nacional de Lima, onde o evento estava sendo realizado. Embora grande parte do perímetro estivesse isolado, era possível ouvir claramente os gritos de denúncia contra a presidente.
No dia seguinte, a área onde os manifestantes estavam foi fechada e cercas foram colocadas a cerca de 200 metros de distância. A orquestra da Polícia Nacional foi obrigada a tocar por quase três horas para abafar os possíveis protestos antigovernamentais.
O descontentamento com Boluarte atinge todas as classes sociais de Lima. A classe trabalhadora enfrenta dificuldades em seus deslocamentos diários devido às greves de transporte causadas por extorsões a motoristas e passageiros; a classe média teme o aumento da criminalidade e a falta de segurança geral; e a classe alta se mostrou insatisfeita com a decisão do governo de substituir as aulas presenciais pelo ensino remoto, a fim de reduzir a circulação na cidade durante os eventos da APEC.
O forte esquema de segurança montado para proteger a área do evento, que incluiu o fechamento de uma passarela de acesso a um hospital, gerou grande indignação.
E embora as perspectivas econômicas pareçam mais positivas para 2025, pelo menos um banco elevando sua previsão do PIB para 2,8% graças ao novo megaporto de Chancay, isto pode ser apenas o prenúncio de uma nova dissociação entre a economia e a política do país, que podem seguir direções opostas. Dada a situação atual, parece improvável que Boluarte consiga reverter o que resta de seu mandato, que se encerra em 2026.
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