A investigação de suborno no setor rodoviário da Bolívia pode afetar os investimentos da China na América Latina?
A investigação da Bolívia sobre um suposto pagamento de suborno pela China Harbour Engineering Company (CHEC) pode ter repercussões sobre a reputação de empresas chinesas na América Latina e no Caribe, disse um especialista à BNamericas.
“Em alguns casos, [os investimentos chineses] já lidam com algumas percepções negativas sobre seus possíveis impactos ambientais e sociais”, disse David Castrillón, professor pesquisador da Faculdade de Finanças, Governo e Relações Internacionais da Universidad Externado de Colombia e membro do conselho da Associação de Amizade Colômbia-China, entidade sem fins lucrativos com sede em Bogotá.
O suborno de US$ 2,7 milhões supostamente pago pela CHEC em troca de favorecimento na licitação para o contrato de ampliação da estrada Sucre-Yamparáez, de US$ 95 milhões, resultou em prisões e pedidos de renúncia do chefe da agência rodoviária boliviana ABC, Henry Nina. Além disso, provocou confrontos verbais entre o atual governo e o ex-presidente Evo Morales.
A investigação também levou as autoridades bolivianas a examinar os outros contratos concedidos à empresa chinesa no país, informou o ministro da Justiça Iván Lima no mês passado em entrevista coletiva, reconhecendo que a investigação pode ter consequências para a CHEC em nível regional e que a empresa poderia até ser impedida de participar de outras licitações.
Castrillón acrescenta que Washington poderia usar o caso para defender seu argumento sobre os supostos riscos da China para a América Latina e o Caribe.
Segundo Lima, a CHEC recebeu seis contratos rodoviários na Bolívia, além do projeto Sucre-Yamparáez, embora esses contratos sejam legados do governo de Morales (2006-2019).
De acordo com um relatório de 2021 do think tank Fundación Milenio, dos US$ 6 bilhões em contratos concedidos a empresas chinesas na Bolívia entre 2008 e 2019, quase metade foi para obras rodoviárias.
No entanto, a Bolívia é apenas o quinto maior beneficiário de investimentos chineses na América Latina, segundo Castrillón, com apenas 7,7% do total da região até 2021 e 0,58% do valor mundial.
No resto da região, os contratos detidos pela CHEC incluem: a linha 1 do metrô de Bogotá (Colômbia, US$ 3,1 bilhões); o reservatório Las Palmas (Chile, US$ 140 milhões); e a quarta ponte do Canal do Panamá (Panamá, US$ 1,5 bilhão).
Contudo, os acontecimentos atuais podem fazer com que governos de toda a região revisem suas diretrizes de licitação e concessão. Apesar disso, Castrillón recomendou que se evite destacar a China.
“Os problemas de corrupção não são inerentes a empresas chinesas. Vale lembrar o caso da brasileira Odebrecht, que admitiu ter pago cerca de US$ 800 milhões em propina”, citou.
Castrillón acrescentou que a CHEC respondeu a acusações anteriores de corrupção fortalecendo suas práticas de transparência.
“A região não se condenará ao subdesenvolvimento” excluindo as empresas chinesas, disse o acadêmico.
Embora a América Latina e o Caribe fiquem atrás de outras regiões em termos de investimento chinês em infraestrutura, com apenas 7,5% do capex concedido em contratos de construção entre 2005 e 2021, de acordo com o China Global Investment Tracker, ainda representam uma oportunidade atrativa para Pequim.
“Para que os países da América Latina cumpram suas metas de desenvolvimento sustentável, eles terão de investir US$ 2,22 trilhões em infraestrutura até 2030. A China tem um papel importante a desempenhar na região, tanto em construção quanto em investimento e financiamento”, disse Castrillón à BNamericas.
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