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Análise

A revolução tecnológica do Brasil: semicondutores, datacenters e IA avançada em destaque

Bnamericas

Semicondutores, datacenters, IA generativa, robótica avançada e 6G – todas essas tecnologias são mencionadas no amplo programa lançado pelo governo brasileiro para estimular a indústria nacional por meio de empréstimos, subvenções, subsídios diretos e preferência por produtos nacionais em processos de contratações públicas.

No geral, o programa de R$ 300 bilhões (US$ 61 bilhões) se concentra no apoio às indústrias locais em quatro frentes: inovação e transformação digital, sustentabilidade, expansão das exportações e maior produtividade.

Um dos principais pilares do programa é a inovação e transformação digital, embora ele também acrescente outras iniciativas já lançadas e planos que haviam sido incluídos no Novo PAC, lançado no ano passado.

“Ainda será preciso definir como alguns dos projetos de telecom, incluindo os projetos de telecom do PAC, por exemplo, e os relacionados ao leilão do 5G, vão se inserir no programa industrial”, afirmou um funcionário do Ministério das Comunicações (MCom) à BNamericas. “Ainda há detalhes para ver aí.”

Exemplos são os programas de conectividade nas escolas e de redes subaquáticas de fibra na Amazônia, financiados com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e do leilão do 5G, que já estão em implementação.

Para a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o programa industrial tem metas e instrumentos que podem promover a “neoindustrialização” e a transformação digital do país.

A Abinee participou da elaboração do programa por ser membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

“Foi um trabalho tecnicamente muito bem construído, e nossa expectativa é que as medidas anunciadas, que dependem de grande articulação entre várias esferas de poder, sejam implementadas o mais rápido possível, de forma a dar um horizonte para novos investimentos produtivos”, disse o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

O programa reúne diferentes ministérios, mas é coordenado pelas pastas de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) – que também é responsável pelas compras governamentais – e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

DATACENTERS 

Uma das iniciativas listadas é o desenvolvimento de uma política para promover a implementação e expansão de datacenters “seguros e sustentáveis” no país.

O MDIC, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) e o MCom serão responsáveis por isso.

Conforme relatado anteriormente pela BNamericas, o MDIC já vinha trabalhando com a indústria local em medidas para impulsionar e atrair ainda mais datacenters.

O governo afirmou que busca uma política que “promova a atração de investimentos, o adensamento de cadeias e o fortalecimento do ecossistema de armazenamento, processamento e difusão de dados”.

Além da infraestrutura física, o programa incluiria a promoção de serviços de computação em nuvem com tecnologias desenvolvidas no país, acrescentou.

SEMICONDUTORES

Outro setor mencionado é o de semicondutores. O governo pretende oferecer recursos reembolsáveis (empréstimos) e não reembolsáveis (subsídios) para incentivar o desenvolvimento de chipsets no país.

Este é um segmento crítico para a nova geopolítica da tecnologia e das cadeias de abastecimento, mas poucos países dominam sua totalidade, dos processos de front-end até o back-end.

Recursos não reembolsáveis serão destinados a atividades de design e fabricação (front-end), bem como para encapsulamento e testes (back-end), apontou o governo.

O objetivo declarado é “reduzir a dependência produtiva e tecnológica do país em produtos nano e microeletrônicos e em semicondutores, fortalecendo a cadeia industrial das tecnologias da informação e comunicação”.

Os recursos virão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e estão estimados em R$ 180 milhões. Eles seriam alocados entre 2024 e 2026.

Rogério Nunes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), é listado como um dos colaboradores da política industrial.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Na área de inteligência artificial, o governo prevê diversas iniciativas.

Uma delas é destinar R$ 36 milhões para a contratação de nove projetos do programa Startup GOV.BR para apoiar a transformação digital em órgãos administrativos federais.

Os projetos serão baseados em tecnologias de machine learning, deep learning, big data analytics, processamento de linguagem natural e visão computacional para solucionar problemas específicos apresentados pelos órgãos públicos.

O setor de contratações públicas do governo pretende também “fortalecer” os instrumentos existentes para “estimular a produção nacional e a inovação”. Esses instrumentos estão previstos na Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações) e na Lei Complementar nº 182/2021 (Marco Legal das Startups).

A ideia é melhorar aspectos como a preferência por produtos e tecnologias nacionais e o Contrato Público para Solução Inovadora (CPSI), entre outros.

O governo estima que concluirá essas tarefas até ao final do primeiro semestre.

Como parte do programa Mais Inovação Brasil, de cadeias agroindustriais sustentáveis, o governo pretende destinar mais R$ 400 milhões do FNDCT como subvenções.

Os valores serão disponibilizados para empresas de todos os portes, individualmente ou em parceria com startups, de preferência com colaboração de institutos tecnológicos, de acordo com a nova política.

ROBÓTICA, 6G E MAIS

Na área de tecnologias digitais disruptivas, o programa Mais Inovação Brasil também prevê outros R$ 260 milhões para o período de 2024 a 2026 na forma de recursos não reembolsáveis do FNDCT.

O programa se concentrará em soluções de “IA generativa, robótica avançada para a indústria, tecnologias quânticas, segurança cibernética, realidade virtual e aumentada, comunicações avançadas – 6G e Open Ran – e blockchain”.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) serão os operadores financeiros e selecionarão empresas, institutos tecnológicos e startups por meio de chamadas públicas.

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