Associação brasileira defende a adição de 7 GW de PCHs

A Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (Abrapch) defende a adoção de uma política nacional para adicionar 7 GW de PCHs à rede elétrica nos próximos 10 anos.

“Temos 14 GW de PCHs [pequenas centrais hidrelétricas] e CGHs [centrais geradoras hidrelétricas] inventariadas que poderiam se viabilizar com vontade governamental e o sinal econômico adequado”, disse à BNamericas a presidente da Abrapch, Alessandra Torres.

Pequenas centrais hidrelétricas têm entre 5 MW e 30 MW de potência e menos de 13 km² de área de reservatório.

Usinas com menos de 5 MW são classificadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como centrais geradoras hidrelétricas.

Torres destacou que a cadeia produtiva das PCHs é 100% local e pode ajudar a impulsionar o processo de reindustrialização do Brasil.

O setor, porém, enfrenta desafios.

“A fonte precisa de sinal governamental, precificação correta dos atributos e ação coordenada com os órgãos ambientais para destravar projetos que aguardam há anos e anos sem análise”, explicou Torres.

A Aneel habilitou recentemente 19 projetos de pequenas hidrelétricas com capacidade instalada total de aproximadamente 260 MW para avançar com seus processos de licenciamento ambiental.

A aprovação da agência confirma a adequação dos empreendimentos aos estudos de inventário e ao aproveitamento do potencial hidráulico (DRS-PCH), contribuindo para simplificar outros procedimentos regulatórios.

Torres comemorou a decisão da Aneel.

“São projetos de longo trâmite e que ainda enfrentarão um tempo no órgão ambiental, mas que se destacam como importantes pela agência”, disse ela.

Torres também destacou que as hidrelétricas são capazes de gerar em momentos de alta demanda, mas com baixo impacto ambiental.

Nas últimas duas décadas, o Brasil praticamente interrompeu a construção de hidrelétricas com grandes reservatórios devido a questões ambientais. Pequenas centrais hidrelétricas também têm lutado para obter licenças de construção, afirmam investidores.

Em meio à pior seca em 94 anos, o país dependente de energia hidrelétrica está usando a maioria de suas usinas termelétricas, que são caras e mais poluentes.

Devido a preocupações com a intermitência, as usinas estão sendo usadas apesar do crescimento significativo da capacidade de energia solar e eólica.

Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o governo pretende realizar um leilão ainda este ano exclusivamente para contratar sistemas de armazenamento de energia, o que pode ajudar a equilibrar o sistema elétrico.