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Até que ponto a Selic vai baixar?

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Até que ponto a Selic vai baixar?

Embora o Banco Central do Brasil tenha reduzido a Selic pela terceira vez consecutiva, as dúvidas sobre o ciclo de redução estão aumentando.

Na última quarta-feira (1º), a autoridade monetária reduziu a taxa básica de juros de 12,75% para 12,25% em resposta à desaceleração da inflação. Em agosto, a taxa era de 13,75%.

Os analistas duvidam que seja possível atingir uma taxa de um dígito até a metade de 2024, uma vez que os gastos fiscais poderiam contribuir para um aumento da inflação, forçando o banco a manter também a Selic mais elevada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse recentemente que um orçamento equilibrado não era realista, apesar de o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter prometido disciplina fiscal.

“Sinais recentes do governo brasileiro apontam para um fraco desempenho fiscal, e isso está pressionando a curva futura das taxas de juros. Se olharmos para o mercado futuro agora, os investidores não acreditam que alcançaremos uma taxa de juros de um dígito no próximo ano”, destacou Carlos Daltozo, chefe de análise de ações da Eleven Financial Research, em bate-papo com a BNamericas. Ele estima que a Selic chegará a 11,75% no final deste ano e a 10,50% em 2024.

A atual trajetória afetará o desempenho econômico e sufocará uma recuperação do mercado de ações, com consequências para as fusões e aquisições, afirmam especialistas.

“A redução da Selic é positiva, mas temos de lembrar que estamos vivendo um cenário fiscal conturbado. Minha visão sobre os juros é que, para que [a redução] realmente tenha impacto nas operações de M&A, precisamos ver uma mudança relevante, que seria a Selic chegar ao território de um dígito, perto de 9%. Com isso, veríamos uma mudança maior no cenário de M&As”, disse à BNamericas Alexandre Pierantoni, head de finanças corporativas e M&As da consultoria Kroll.

As empresas enfrentam dificuldades para obter financiamento por causa da taxa básica elevada, até mesmo via mercado de capitais, já que os investidores aplicam seu dinheiro em títulos públicos, cujos rendimentos acompanham a variação da Selic.

A margem de manobra da autoridade monetária também é limitada porque o Fed mantém uma taxa relativamente elevada nos EUA, o que atrai investidores globais para os títulos governamentais seguros dos EUA. A taxa de juros de referência overnight do Fed é de 5,25-5,50%.

Neste cenário, o real enfrenta desvalorização e pressão inflacionária na economia brasileira se a saída de capitais aumentar, como reconheceu o Banco Central. Em um comunicado, o banco ressaltou que o cenário atual é mais incerto do que o habitual e exige cautela.

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