Banco Central do México aguarda maior clareza diante das ameaças tarifárias de Trump
Um aumento na inflação tornou-se o novo medo dos analistas depois que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que uma de suas primeiras ordens executivas após assumir o cargo será impor tarifas de 25% ao México e ao Canadá, bem como aumentar as tarifas sobre os produtos chineses em mais 10%.
O governo da presidente mexicana Claudia Sheinbaum indicou que responderia de forma semelhante, o que poderia destruir o processo desinflacionário que a maior economia mundial tem apresentado, e que permitiu ao banco central norte-americano (Fed) reduzir a taxa de juros para aproximadamente 4,6%, ante 5,3% até a reunião de setembro – taxa mais alta em quatro décadas.
Embora no México o Banco Central também possa ser pressionado para completar o ciclo de redução da taxa básica, a governadora da entidade, Victoria Rodríguez Ceja, deixou claro na quarta-feira (27) que, por enquanto, não haverá qualquer mudança de direção.
A taxa básica no México situa-se atualmente em 10,25% e registrou quatro reduções não consecutivas face ao nível recorde de 11,25% registrado em março.
“Na nossa avaliação das perspectivas inflacionárias, vemos progressos importantes no processo de desinflação e, no devido tempo, analisaremos a incidência de eventos externos, como o caso do Fed, bem como muitos outros fatores que afetam as perspectivas inflacionárias”, declarou Rodríguez em conferência da apresentação do relatório trimestral de julho a setembro de 2024.
A inflação anualizada no México voltou a subir, ficando em 4,76% em outubro, após ter caído durante dois meses consecutivos. No entanto, o núcleo da inflação, que reflete melhor a tendência da inflação segundo o banco, continuou a diminuir, situando-se nesse mês em 3,80%.
A meta permanente de inflação da autoridade monetária é de 3%, com margem de um ponto percentual.
Embora a governadora tenha admitido que há incerteza sobre as políticas que serão implementadas, referindo-se a Trump, explicou que são necessárias mais informações para avaliar as suas possíveis implicações.
“Será importante estar atento às políticas que efetivamente se decida implementar. À medida que tivermos mais informações sobre as novas políticas nos EUA, avaliaremos seu impacto – tanto a curto como a médio prazo –, na atividade econômica, na inflação e nas perspectivas econômicas”, afirmou Rodríguez.
Quando questionada se há quaisquer sinais claros de que o processo de corte da taxa básica irá desacelerar, James Salazar, vice-diretor de análise econômica do CI Banco, respondeu que não.
“Não ficou muito claro no sentido de pensar que há alguns elementos que poderiam favorecer uma desaceleração, nem na política monetária do Fed, nem nas suas estimativas de inflação, que em termos gerais continua a evidenciar um processo desinflacionário e de convergência para sua meta”, comentou Salazar à BNamericas.
No entanto, ele advertiu que, face ao atual ambiente de tensões em torno de Trump, os vice-governadores da autoridade monetária “foram muito cuidadosos”, muito à semelhança do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que este mês declarou não haver pressa em baixar as taxas de juros.
O vice-governador Jonathan Heath, por exemplo, explicou que devemos ser muito cautelosos. “Creio que há espaço para começar a baixar a taxa, mas ainda mantendo a postura monetária restritiva por um tempo, muito atento aos dados e aos riscos que vão ser formulados, principalmente com a chegada de Trump – vamos ter de estar muito atentos a isto”, antecipou.
“A governadora afirmou que ainda é cedo para avaliar os impactos. Primeiro, temos realmente que esperar para ver que política acaba por ser implementada e, sabendo com certeza o que será implementado, poderá ser feita uma avaliação correta do impacto que poderá ter em alguns indicadores, como a inflação”, comentou Salazar.
“Avançar é um trabalho um tanto ocioso no sentido de desenvolver cenários. Por isso ainda não está necessariamente influenciando as métricas das expectativas de inflação, embora obviamente tenham isso na balança dos riscos para os preços”, acrescentou o analista, esclarecendo que níveis de taxas acima de 8% ainda podem ser consideradas restritivas.
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