Banco Mundial eleva projeção de crescimento do PIB peruano para 2,9%

O Banco Mundial ajustou a sua projeção de crescimento para o PIB peruano de 2,5% para 2,9% para o final deste ano e aumentou de 2,3% para 2,6% para 2025.

A estimativa, que aparece no relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, contrasta com a expectativa de menor crescimento para a região latino-americana para 2024, que foi reduzida de 2,3% para 1,8%.

De acordo com a entidade, a inflação no Peru continuará a diminuir à medida que as pressões sobre os preços se dissiparem após o término das anomalias climáticas causadas pelo fenômeno El Niño. Isso proporcionará espaço para o Banco Central do Peru continuar a reduzir a taxa de juros da política monetária.

“Isso não apenas permitirá novos cortes, mas também uma recuperação do consumo privado para este ano e o próximo. Por outro lado, a recuperação do investimento será lenta, porque a incerteza pesa muito sobre a confiança empresarial”, indicou o relatório.

Com a revisão para cima do crescimento do Peru, o Banco Mundial alinha suas projeções com as expectativas locais e com as principais instituições financeiras. Para o Banco de Crédito (BCP), o maior banco do país, o PIB crescerá 3,0% este ano, uma estimativa também respaldada pelo Banco Central com um viés ligeiramente positivo.

PROGRESSO

Segundo o BCP, os últimos dados econômicos disponíveis sustentam a revisão para cima do Banco Mundial e preveem bons resultados para o segundo trimestre de 2024. Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI), os resultados de abril mostram um aumento homólogo de 158% em no setor de pesca, um aumento de 7,46% no consumo interno de cimento, que serve como um indicador substituto da atividade da indústria privada da construção. Esses números são um contraste com as quedas observadas em fevereiro e março, que foram de 0,72% e 7%.

Os dados do mês também incluem um aumento interanual de 5,41% na concessão de créditos hipotecários e de 1,68% nos créditos ao consumo, enquanto a geração de eletricidade cresceu 2,31% em abril e 1,91% em maio.

Embora o setor minerador tenha contraído 4,5% em comparação com o mês de abril do ano anterior, o BCP observa que isso se deve, principalmente, à manutenção realizada por diversas unidades mineradoras durante o período. Apesar disso, o preço favoráveis dos metais manterá a indústria em funcionamento.

“Apesar da previsão de uma moderação no preço do cobre ao longo de 2024, a produção mineradora apoiará o crescimento total das exportações peruanas”, acrescentou o Banco Mundial.

TAXA DE JUROS

Alinhado com a recuperação econômica, o mercado local antecipa que o Banco Central reduzirá as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais, para 5,50%, em sua próxima reunião.

Víctor Fuentes, gerente de políticas públicas do think tank Instituto Peruano de Economia (IPE), disse à BNamericas que, apesar da melhoria preliminar nos indicadores, a lacuna de produção – a diferença entre o PIB real e o PIB potencial – permanece negativa. Isso sugere que ainda há espaço para mais reduções nas taxas de juros e para reativar a economia.

Embora a inflação subjacente – que não considera as variações nos preços dos alimentos ou da energia – esteja acima da meta de 3%, Fuentes destaca que os ajustes inflacionários já foram internalizados nas decisões de política monetária, portanto o Banco Central continuará com uma postura expansionista.

A taxa de juros deverá encerrar o ano entre 4,50% e 5,50%, segundo a entidade monetária.