BNDES projeta crescimento acelerado dos empréstimos para 2024

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está projetando um crescimento dos empréstimos mais rápido do que o esperado para este ano devido aos fortes números do primeiro semestre.

“Aumentamos as aprovações de crédito em 79%, o que é uma evolução espetacular, considerando as taxas de juros do Brasil que seguem muito altas. Tivemos um desembolso de 21% maior, também um desembolso muito forte”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em um comunicado.

Mercadante acredita agora que o crescimento acelerado dos empréstimos no maior banco de desenvolvimento do país poderá ter um impacto positivo na economia.

“Os dados são muito fortes, o que mostra que acho que a Fazenda (Ministério) vai ter que rever a projeção de crescimento da economia esse ano. Pelo BNDES, nós vamos ter um crescimento maior do que está projetado até agora”, revelou Mercadante.

Em maio, o Ministério elevou sua projeção de crescimento para 2024 de 2,2% para 2,5%. No entanto, alguns analistas não concordam com a perspectiva otimista.

“A meu ver, a estimativa do Ministério da Fazenda de crescimento de 2,5% já está em um patamar otimista, pois espero uma expansão de 2,1%, mas está dentro de uma margem de erro”, avaliou Mário Sérgio Lima, analista da Medley Global Advisors, à BNamericas.

Para o analista, se o Ministério da Fazenda fizer revisões para cima de forma exagerada, isso cria um problema, pois essas previsões do governo são utilizadas para projeções orçamentárias e, uma vez frustrada uma previsão, isso também prejudica a expectativa de arrecadação de impostos e o desempenho fiscal sofre ainda mais pressão.

Lima também alertou sobre os riscos associados ao ritmo acelerado de empréstimos no BNDES.

“Até o momento, os empréstimos do BNDES estão crescendo, mas sem recursos extras do governo, sem taxas de juros subsidiadas, mas essa é uma questão que precisa ser acompanhada de perto para que não vejamos uma repetição de erros do passado.”

Durante as administrações anteriores do Partido dos Trabalhadores, o BNDES e outros bancos estatais foram usados para estimular a economia por meio de concessões agressivas de crédito, o que gerou distorções como problemas fiscais e pressões inflacionárias, elevando as taxas de juros.