Brasil deve atingir pico de produção de petróleo de 5,3 MMb/d em 2030

O Brasil deve atingir um pico de produção de petróleo de 5,3 MMb/d (milhões de barris) em 2030, segundo o mais recente plano de energia decenal publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Se nenhuma reserva significativa for encontrada nos próximos anos, a produção cairá para aproximadamente 4 MMb/d em 2034, afirma o documento.

A produção é explicada principalmente pelas contribuições das áreas do pré-sal, especialmente dos campos de Búzios, Tupi, Mero, Atapu, Sépia, Bacalhau e Bacalhau Norte.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás (ANP), o Brasil produz atualmente cerca de 4,5 MMb/d de petróleo.

Além dos projetos da Petrobras, como SEAP, Albacora e Barracuda/Caratinga, e Raia – da Equinor –, o aumento projetado na produção inclui também descobertas atualmente em avaliação no pré-sal das bacias de Santos e Campos e em águas ultraprofundas nas bacias Potiguar e Espírito Santo.

Apesar do bom desempenho do programa de oferta permanente, que registrou um aumento de 19% nas áreas concedidas, o declínio após 2030 refletiria a queda na exploração nos últimos anos. Um fator que demonstra isso é o menor número de poços exploratórios perfurados.

A EPE enfatizou que a continuidade das campanhas exploratórias do Brasil é essencial para a segurança do fornecimento de energia. “O sucesso exploratório em novas fronteiras pode fazer a produção voltar a alcançar o patamar de 5 milhões de barris por dia, após o decênio [2034]”, informou a empresa, citando a Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, como a fronteira mais promissora.

Estudos volumétricos recentes, baseados em dados geoquímicos, sísmicos e de poços, realizados pela EPE com o apoio de consultoria especializada, indicam um volume esperado não riscado in place de 80 Bboe (bilhões de barris de óleo equivalente) e cerca de 10 Bb (bilhões de barris) de petróleo equivalente recuperável.

GÁS

A produção de gás natural deverá atingir seu pico em 2031, quando os volumes extraídos poderão chegar a 293 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia), segundo a EPE.

As maiores contribuições estão associadas às bacias de Santos, Campos, Sergipe-Alagoas, Solimões, Potiguar e Parnaíba.

A produção de recursos contingentes é sustentada principalmente por acumulações no horizonte geológico do pré-sal na bacia de Santos, pela produção offshore na bacia Potiguar e pela produção onshore nas bacias do Parnaíba e do Solimões.

A produção líquida de gás natural (descontando a reinjeção de gás, o consumo nas unidades de produção e a queima, ou flaring) deverá atingir 135 MMm³/d em 2034, ante os atuais 70 MMm³/d.

O aumento será viabilizado por novos projetos na Bacia de Campos, com o campo de Raia, e nas bacias de Sergipe-Alagoas e Solimões.

A partir de 2030, são esperados avanços na disponibilidade de gás natural, com o início dos módulos de produção na Bacia de Santos. Há também a possibilidade de escoamento adicional de gás do campo de Búzios, onde a Petrobras trabalha para reduzir os volumes de reinjeção.

INVESTIMENTOS

A EPE projeta que a exploração e a produção de petróleo e gás natural exigirão R$ 2,5 trilhões (US$ 423 bi) em investimentos até 2034.

O montante representa 78% do investimento total de 10 anos do setor de energia (R$ 3,2 trilhões), que inclui também gás natural, derivados de combustíveis fósseis, biocombustíveis e fornecimento de energia elétrica.

Esses segmentos serão analisados pela BNamericas nos próximos dias.