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Brasil está ‘muito bem posicionado’ para receber investimentos em infraestrutura energética

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Brasil está ‘muito bem posicionado’ para receber investimentos em infraestrutura energética

O Brasil está muito bem posicionado para receber investimentos, principalmente em relação a outros países emergentes como Rússia e China, disse à BNamericas Paulo Mantovani (foto), diretor de energia da corretora de seguros e assessor de risco Marsh Brasil.

Ele acredita que a recente elevação do grau de investimento do país pela Fitch Ratings, aliada à perspectiva de queda nas taxas de juros, melhorará ainda mais as condições para novos projetos locais de infraestrutura e energia.

“A tendência é começarmos a ter um olhar diferente de seis meses atrás. Isto acaba mitigando os riscos dos projetos porque o dinheiro é contratado a um custo mais palatável, ajudando nas margens e na aprovação do investimento”, afirmou Mantovani.

Do ponto de vista dos riscos da construção, Mantovani apontou para a perspectiva de que danos decorrentes de fenômenos naturais tendem a ocorrer com maior intensidade e frequência por conta do aquecimento global.

Ele citou como exemplo hipotético o risco de vendavais e enchentes danificarem ou causarem a perda total de painéis fotovoltaicos durante a construção de uma usina solar.

Andrew George, diretor gloval da prática de energia da Marsh, afirmou que o Brasil enfrenta o desafio de manter suas usinas hidrelétricas em boas condições de funcionamento e acelerar os investimentos em sistemas isolados (ou seja, aqueles não conectados à rede de transmissão).

"Como podemos acelerar os investimentos em sistemas isolados, trazendo energia confiável a um preço viável?” perguntou ele durante evento promovido pela Marsh na quarta-feira (5) no Rio de Janeiro, apontando que os custos devem aumentar à medida que os diferentes setores da economia forem eletrificados.

Entre os desafios para o Brasil, George também destacou a necessidade de aumentar a eficiência energética, instalar medidores inteligentes de consumo e aumentar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, que ainda são baixos em comparação com outros países.

Flávia Antunes, superintendente de riscos da Neoenergia, destacou a expansão da geração distribuída como um fator positivo no Brasil.

“Isto é importante porque o consumo está se aproximando da geração de energia, aumentando a eficiência”, disse ela.

Por outro lado, o país precisa discutir a democratização do mercado de energia elétrica, considerando o crescimento do mercado livre.

“O consumidor com acesso à informação vai migrar rapidamente para o mercado livre, com tarifas baixas, enquanto o consumidor de baixa renda pode estar sujeito a custos elevados [no mercado regulado]”, alertou Antunes.

Em 2022, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou uma portaria que permite a todos os consumidores de alta tensão, como indústrias e médias empresas, operar no mercado livre a partir de 2024. Atualmente, apenas os consumidores com carga de 500 kW ou mais podem escolher seu próprio fornecedor.

O ministério também abriu consulta pública para contribuições do mercado sobre o cronograma de abertura das unidades de baixa tensão. O cronograma sugerido libera o acesso para unidades comerciais e industriais a partir de 2026 e para residências a partir de 2028.

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