Brasil pode terminar 2024 sem leilões de geração de energia nova
O Brasil pode fechar 2024 sem licitações de geração de energia envolvendo projetos greenfield (novos).
Segundo agentes do mercado que conversaram com a BNamericas, isso intensificará os riscos no fornecimento de energia em 2026.
Três fontes familiarizadas com o assunto disseram que a licitação de capacidade de reserva, inicialmente prevista para agosto mas postergada para dezembro, será provavelmente adiada para 2025.
O leilão prevê a contratação de usinas térmicas e hidrelétricas green e brownfield, com possível participação de usinas solares e eólicas acopladas a sistemas de armazenamento de energia, embora o governo ainda avalie essa possibilidade.
O sistema isolado e os leilões A-4 e A-6, originalmente planejados para dezembro – mas cujos documentos de licitação ainda não foram publicados –, também deverão ser adiados para 2025.
A licitação do sistema isolado busca contratar solução de fornecimento para 15 municípios dos estados do Amazonas e do Pará. O leilão foi pensado para atender aos objetivos do Programa Energias da Amazônia e traz melhorias como a inclusão de um percentual mínimo de energia renovável, além da termelétrica.
Já os leilões A-4 e A-6 visam abastecer o mercado de distribuidoras de energia em 2028 e 2030, respectivamente. Estão previstas a participação de projetos hidrelétricos greenfield (até 50 MW), eólicos, solares e termoelétricos, além de soluções híbridas, com prazos contratuais de 15 e 20 anos.
Na segunda-feira (9), o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu o prazo para as concessionárias de distribuição de energia apresentarem previsões sobre a necessidade de compra de eletricidade para os novos leilões de energia A-4 e A-6 de 2025.
O anúncio disse que as licitações serão realizadas em agosto de 2025, mas não mencionou o A-4 e A-6 de 2024.
A BNamericas perguntou ao MME se as licitações de capacidade de reserva, sistema isolado e A-4 e A-6 foram efetivamente adiadas para 2025, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta.
A agenda da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para este ano inclui as licitações A-1, A-2 e A-3, em dezembro, quando apenas empreendimentos já existentes poderão concorrer.
RISCO PARA FORNECIMENTO
Em relatório recente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou a possibilidade de risco explícito de fornecimento insuficiente de energia (na sigla em inglês, LOLP, loss of load probability) em 2026.
Fontes revelaram à BNamericas que não contratar capacidade de reserva este ano é de fato arriscado, considerando a seca que afeta o país dependente de energia hidrelétrica.
“Estamos despachando de termelétricas para economizar água. Isto é um sinal de que as coisas não estão tão boas”, comentou uma das fontes.
A BNamericas apurou que as geradoras de energia pretendem pressionar o governo para divulgar o edital de licitação de capacidade de reserva neste mês, para que ele possa ser realizado em dezembro, embora o cenário provável seja que o processo ocorra apenas no final do primeiro trimestre de 2025.
Outra fonte destacou que o atraso pode ser uma forma de dar mais tempo para que a regulamentação do armazenamento de energia se desenvolva, viabilizando sua participação no leilão.
“Também vejo incerteza sobre o produto hidrelétrico. Sua participação já era certa, mas alguns detalhes ainda precisam ser decididos”, acrescentou a fonte.
AÇÕES
Diante do agravamento do cenário hidrológico, o governo aprovou na semana passada as seguintes medidas:
- Manutenção do despacho antecipado pré-definido das usinas térmicas a GNL de Santa Cruz e Linhares ao longo de novembro;
- Viabilizar a disponibilidade das usinas térmicas de Santa Cruz, Linhares e Porto Sergipe de forma flexível, com vistas a atender o pico de carga do sistema entre setembro e dezembro de 2024;
- Reconhecimento da importância da operação do reservatório intermediário da UHE Belo Monte, com vazão mínima de 100 m³/s; e
- Reconhecimento da importância da entrada em operação de cinco novas linhas de transmissão: LT 500 kV Porto do Sergipe–Olindina, LT 500 kV Olindina–Sapeaçu; LT 500 kV Terminal Rio–Lagos C1 e C2 e LT 345 kV Leopoldina 2–Lagos, de forma a garantir o pleno escoamento de energia da UTE Porto Sergipe e demais termelétricas localizadas nas regiões do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
PANORAMA
As projeções do ONS indicam que os níveis dos reservatórios devem continuar caindo até o final de novembro.
No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a energia armazenada (EAR) estimada para o final de fevereiro de 2025 varia entre 50,8% no cenário desfavorável e 79,2% no mais positivo. No primeiro caso, ela seria 13,7 pontos percentuais (pp.) menor que em fevereiro de 2024, enquanto a maior projeção seria 14,7 pp. maior que no mesmo período deste ano.
O subsistema é responsável por mais de 70% da capacidade nacional de armazenamento hidrelétrico.
A perspectiva para o sistema elétrico nacional para fevereiro de 2025 é semelhante, com a EAR prevista para variar entre 56,4% (9,2 pp. menor que em fevereiro de 2024) e 77,9% (12,3 pp. maior que no mesmo mês deste ano).
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