Brazil Potash planeja IPO para financiar projeto de US$ 2,5 bi no Amazonas

A Brazil Potash, controladora da Potássio do Brasil, planeja realizar um IPO na Bolsa de Valores de Nova York para financiar seu projeto de potássio Autazes de US$ 2,5 bilhões no estado do Amazonas.

A empresa, que protocolou um prospecto preliminar para a oferta de ações na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, contratou Cantor Fitzgerald & Co, Banco Bradesco BBI, Freedom Capital Markets, Roth Capital Partners e Clarksons Securities para coordenar a operação.

Não foi revelado o número de ações a serem oferecidas, o valor a ser levantado nem a data da operação.

"A escolha da empresa em fazer um IPO na bolsa norte-americana se dá porque isso dará à empresa maior visibilidade para atrair investidores globais para suas operações, muito mais do que se optasse por listar suas ações na bolsa brasileira", disse à BNamericas Pedro Galdi, consultor de mineração.

"Além disso, o cenário para os mercados acionários dos EUA e do Brasil apontam em direções opostas. Nos EUA, há expectativa de redução das taxas de juros nos próximos meses, o que favorece o investimento em ações, enquanto no Brasil, onde as taxas de juros continuam elevadas, há expectativa de novos aumentos nas taxas de juros nos próximos meses, diante das futuras pressões inflacionárias", afirmou.

A Brazil Potash, com sede em Toronto, informou que os recursos do IPO serão usados para despesas associadas ao projeto Autazes.

Essas despesas "devem incluir a realização de trabalhos adicionais de engenharia e testes essenciais para itens críticos antes do início da fase de construção, como escavação de poço e a linha de transmissão de energia, além de realizar a engenharia para outras aplicações e permissões", segundo a empresa.

“Outras despesas administrativas pré-operacionais devem incluir gastos relacionados à obtenção da licença operacional, da concessão de mineração e de outras autorizações, permissões e licenças restantes exigidas para o projeto Autazes, à compra do restante das terras para determinados locais do projeto, principalmente para os locais a serem usados para as pilhas de rejeitos secos, e à manutenção de nossos direitos minerais", informou a empresa no prospecto preliminar.

O PROJETO

A Brazil Potash recebeu do órgão ambiental do Amazonas todas as 21 licenças de construção necessárias para o projeto Autazes.

"Nossa meta de curto prazo é iniciar a construção primária das demais áreas de infraestrutura do projeto Autazes, que pretendemos começar assim que o financiamento necessário for assegurado. Estimamos que a construção levará pelo menos cerca de quatro anos para ser concluída", assinalou.

O projeto inclui uma mina, uma planta de processamento, um porto e outras instalações gerais.

"Acreditamos que nossas operações de mineração estarão em plena capacidade após um período de ramp-up de 36 meses, seguindo a conclusão da construção das nossas instalações de mineração. Uma vez que nossas operações estejam em plena capacidade, planejamos minerar até aproximadamente 9,4 milhões de toneladas de minério de potássio bruto por ano, utilizando métodos convencionais de mineração subterrânea em câmaras e pilares", afirmou a empresa.