Chile planeja revisar estrutura de avaliação de concessões de infraestrutura de transporte

A estrutura de avaliações sociais para concessões de infraestrutura de transporte do Chile passará por uma reformulação em breve, já que projetos não tradicionais, como teleféricos e veículos leves sobre trilhos (VLTs), estão se tornando mais comuns e o sistema tradicionalmente se concentra em rodovias, hospitais e aeroportos.

“Esses tipos de projetos vão se multiplicar. Alguns projetos vêm como iniciativas privadas, outros vêm do Ministério dos Transportes”, comentou o titular da direção-geral de concessões do Ministério de Obras Públicas (MOP), Juan Manuel Sánchez, em um webinar sobre concessões de transportes realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

À medida que esses projetos se tornam mais comuns, será fundamental ter as ferramentas certas para avaliar sua lucratividade social, apontou.

As mudanças na metodologia de avaliação, que contaram com a contribuição de vários ministérios, se concentrarão principalmente na maneira como os projetos interagem com os territórios, explicou Rodrigo Contreras, chefe do departamento de metodologia do Ministério do Desenvolvimento Social, durante o evento.

“Recentemente, conseguimos incorporar dimensões subjetivas da experiência de viagem, como superlotação, na avaliação de projetos. Ou seja, podemos determinar que um projeto tem benefícios porque reduz a superlotação”, disse ele.

Contreras acrescentou que seu departamento também está atualizando a metodologia para avaliar itens como taxas de acidentes e economia de tempo.

Sobre uma revisão geral, Contreras afirmou que os documentos preliminares serão publicados até o final deste ano e que o trabalho continuará ao longo de 2025.

As obras da concessão de um teleférico em Santiago, com investimentos de US$ 80 milhões, estão prestes a começar, enquanto o MOP tem planos de lançar uma licitação para projetos semelhantes nas cidades de Iquique, Valparaíso e Puerto Montt.

O governo também tem planos de oferecer concessões para projetos de VLT em Santiago, Viña del Mar e La Serena.

Segundo Contreras, as metodologias de avaliação para o transporte de carga estão desatualizadas, já que as últimas mudanças teriam sido introduzidas há uma década e limitadas apenas aos caminhões. Isso significa que os centros logísticos ainda estão sendo avaliados com base em diretrizes antigas.