Chile vê crescimento no mercado de eletromobilidade, apesar dos custos elevados

A eletromobilidade continua avançando no Chile, graças à maior disponibilidade de pontos de carregamento de veículos particulares, apesar das barreiras dos custos, que as autoridades tentam superar por meio de incentivos.

A Enel X Way, unidade de eletromobilidade da Enel, instalou 700 postos de recarga em todo o país até o momento e planeja revisar para cima suas metas de longo prazo neste segmento, visto que a meta original de 1.200 postos está “obsoleta” por conta do aumento da demanda, revelou à BNamericas o diretor da empresa para a América Latina, Jean Paul Zalaquett, durante o evento de inauguração de um ponto de carregamento no distrito de Las Condes, em Santiago.

Ao todo, 7.268 veículos com baixas ou zero emissões, leves ou médios, foram vendidos no Chile durante o primeiro semestre, um aumento de 106% em relação ao ano anterior. As vendas de veículos totalmente elétricos somaram 1.735 unidades, alta de 126%, segundo a associação automotiva local Anac.

Porém, o custo representa uma das principais barreiras ao aumento da adoção desses veículos, apontou Iván Morán, secretário regional de energia do Ministério da Energia, em conversa com a BNamericas no evento.

Como incentivo, os veículos elétricos estão isentos do pagamento das taxas de emplacamento. Segundo Morán, esse benefício continuará em vigor em longo prazo.

“Acredito que as políticas que facilitam a integração da eletromobilidade devem ser reforçadas”, disse ele, destacando que o gabinete de sustentabilidade energética da pasta também está trabalhando com o setor bancário para oferecer linhas de crédito a potenciais compradores.

Morán acrescentou que os avanços tecnológicos estão ajudando a baixar os preços, embora o governo também deva promover o desenvolvimento da infraestrutura de recarga.

Como parte do seu plano de eletromobilidade, o Chile pretende eliminar gradualmente os veículos leves, de transporte público e de mineração com motores de combustão interna até 2035.