Colômbia eleva tarifas sobre importação de aço de países sem acordo de livre comércio

O governo colombiano aumentou de 5% para 35% as tarifas sobre as importações de fio-máquina de países com os quais não possui Acordo de Livre Comércio (ALC) por um período de dois anos. O objetivo é permitir que os produtores locais de aço possam competir em condições justas. 

A medida foi assinada no dia 18 de outubro, entretanto, só foi publicada no Diário Oficial no dia 21 de outubro.

A tarifa de 35% é o máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e será aplicada ao fio-máquina de baixo carbono utilizado na construção e também à indústria de fabricação de arame farpado, grampos e telas eletrossoldadas, fundamentais para as construções antissísmicas.

“Com medidas como esta, buscamos garantir à indústria nacional uma concorrência justa, combatendo práticas comerciais desleais e aumentos inesperados e injustificados de importações a preços baixos que possam ocorrer no país”, afirmou em comunicado o ministro do Comércio, Indústria e Turismo, Luis Carlos Reyes.

Entre os países que não possuem ALC com a Colômbia, e aos quais será aplicada a nova tarifa, estão China, Rússia, Vietnã, Turquia e Índia.

“Recebemos essa medida com satisfação, pois representa um apoio a uma indústria que via sua sustentabilidade ameaçada pela concorrência desleal”, disse à BNamericas Daniel Rey, presidente da Associação Nacional de Empresários da Colômbia  (ANDI).

Rey acrescentou que a iniciativa é uma ação de defesa da indústria siderúrgica do país e será revisada anualmente devido à volatilidade do mercado, mas que o setor estará atento a qualquer outra distorção que possa surgir. 

PLANTA DE AÇO PLANO

Reyes também destacou que as medidas são adotadas ao mesmo tempo em que o governo busca incentivar o setor privado a construir uma usina de aços planos com tecnologias sustentáveis e de maior valor agregado, visando promover cadeias produtivas e fortalecer a indústria. 

O governo de Gustavo Petro considera o projeto crucial para fortalecer a reindustrialização, formalizar a extração de carvão metalúrgico e melhorar a eficiência e os padrões ambientais e sociais da produção de coque limpo.

A indústria siderúrgica colombiana será responsável pela realização do estudo de viabilidade da planta.

A Colômbia produz entre 1,3 e 1,4 milhão de toneladas anuais de aços longos. O setor gera cerca de 50 mil empregos, diretos e indiretos, com tecnologia de redução de sucata, com exceção da Acerías Paz del Río, que fabrica aço a partir da redução de minério de ferro.