Com iminentes aumentos nos juros, o peso mexicano deve continuar uma moeda de destaque entre emergentes, afirma analista
O peso mexicano é uma das moedas de mercado emergentes mais fortes do mundo, com anos de políticas monetárias e fiscais ortodoxas dando frutos este ano, de acordo com Ramsé Gutiérrez, vice-presidente sênior e codiretor de investimentos da Franklin Templeton México.
Em uma análise divulgada na segunda-feira, Gutiérrez discutiu a evolução recente da taxa de câmbio peso-dólar.
Ele observou que a taxa atingiu uma alta no início de março, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia, aproximando-se de 21,4 pesos por dólar. Desde então, está em uma marcha constante de valorização, chegando a 19,5 por dólar na semana passada.
Em comentários à BNamericas na terça-feira, Gutiérrez reconheceu que os dados de inflação dos EUA divulgados na sexta-feira (10) provocaram uma depreciação do peso, com a taxa de câmbio voltando a subir acima de 20,6 pesos por dólar na terça-feira.
Isto ocorre em meio a especulações sobre aumentos e discussões futuras esperadas sobre política monetária no Federal Reserve dos EUA nesta semana e na próxima reunião do Banco Central do México (Banxico) em 23 de junho.
Com o revés, a BNamericas perguntou a Gutiérrez se ele observa o peso mantendo sua força no futuro.
“No curto prazo, depende do Fed e depois do Banxico”, explicou ele à BNamericas. “Uma surpresa por parte de alguns pode gerar uma depreciação maior [se o Fed indicar um aperto mais rápido] ou uma força renovada [se o Banxico tentar superar o Fed no ciclo de alta].”
PESO MEXICANO E POLÍTICA MONETÁRIA
O fator mais relevante que surgiu nos últimos meses, segundo Gutiérrez em sua análise, foi a vantagem criada pelo Banxico ao avançar muito antes do Fed na elevação das taxas, com um grande e crescente diferencial entre as duas taxas.
No início de fevereiro de 2021, a taxa de juros de referência do México estava em 4,0% versus a taxa principal de 0,25% estabelecida pelo Fed. Desde então, eles aumentaram para 7% no México e 0,75% nos EUA.
“O México pagou 3,75% [em juros] a mais em pesos do que os EUA em fevereiro de 2021, mas agora o pagamento adicional é de 6%”, disse Gutiérrez. “Além disso, a expectativa é que o Banxico chegue a 7,75% em junho e o Fed chegue a 1,25% ou 1,5%, então o diferencial vai aumentar, permanecer ou aumentar para 6,25%”, uma lacuna não vista desde a crise financeira de 2009.
“Assim, as perspectivas de investir no México no curto prazo favorecem a força do peso”, pontuou Gutiérrez. “No entanto, esse fator é atenuado toda vez que o Fed busca ser mais agressivo na elevação das taxas. Por exemplo, na última sexta-feira [10 de junho], a inflação dos EUA atingiu um novo máximo de 40 anos, e com isso os mercados começaram a precificar um aumento maior vindo do Fed.”
Em comentários à BNamericas, ele acrescentou: “Em geral, [o peso] seguirá uma tendência de força relativa em comparação com outras moedas [até o final de 2022]”. Isto porque o Banxico tem se mostrado comprometido em atuar de forma ortodoxa. Porém, o peso está reagindo de maneira significativa aos eventos de risco que estão acontecendo no mundo, então eventos adicionais de volatilidade não podem ser descartados durante o resto do ano.
ANOS DE ORTODOXIA
A força do peso em 2022, no entanto, é apenas a continuação de uma recuperação mais longa, que remonta às primeiras ondas de choque da Covid-19, com o pico de depreciação do peso em abril de 2020 empurrando a taxa para quase 25 pesos por dólar, de acordo com a análise.
“Desde então, o peso se posicionou como a melhor moeda globalmente, com uma valorização de pouco mais de 16% [de março de 2020 a junho de 2022]”, escreveu Gutiérrez em sua análise, apresentando o gráfico a seguir.
Ao explicar esta longa e constante melhora do peso desde o início da pandemia, Gutiérrez observou três fatores principais: a aceleração das remessas para o México quebrando recordes ano após ano; exportações em expansão do México para os EUA, levando o México a ser o principal parceiro comercial dos EUA por vários meses; e um setor de turismo em rápida recuperação, com visitantes comprando pesos em números significativos.
Enquanto esses fatores continuarem “mais ou menos” em jogo, Gutiérrez escreveu que é importante notar que o crescimento das remessas, embora ainda forte, parece estar desacelerando um pouco, “mas [elas] continuam batendo recordes, particularmente nos primeiros quatro meses [de 2022]. US$ 17,2 bilhões foram transferidos, o maior aumento ano a ano visto em um período semelhante, em US$ 2,6 bilhões.”
Ele disse ainda que a recuperação dos gastos com turismo já ocorreu, atingindo o nível mais alto já registrado para o período de janeiro a abril, em US$ 2,6 bilhões.
BAIXO ESTÍMULO
Remessas, turismo e diferenciais significativos de política monetária à parte, Gutiérrez acrescentou que a decisão do México de fornecer estímulo fiscal mínimo (aproximadamente 0,5% do PIB, em comparação com a média regional de 6-8% do PIB), mesmo no auge da pandemia – uma posição fortemente criticada por levar milhões à pobreza naquele ano –, acabou deixando o México em uma invejável posição pós-crise em relação aos seus níveis de dívida pública.
“Embora [esta posição] tenha tido um alto custo em termos de crescimento, levando o México a ter uma das recuperações mais atrasadas”, escreveu Gutiérrez, “também é verdade que sua saúde de crédito melhorou em comparação com outros países, alguns dos quais aumentaram sua dívida em até 30% em relação ao PIB.”
“Assim, o peso pode continuar se destacando entre seus pares”, acrescentou, independentemente de possíveis crises de volatilidade este ano.
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