Equador e Estados Unidos
Análise

Como ficarão as relações entre Equador e EUA com o governo Trump?

Bnamericas
Como ficarão as relações entre Equador e EUA com o governo Trump?

A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos não deverá representar grandes desafios para o Equador, e o país sul-americano espera que a colaboração bilateral continue em diferentes áreas.

“O novo governo dos Estados Unidos não trará grandes mudanças para o Equador. Durante o primeiro mandato do presidente Trump houve muita abertura em relação ao país, tanto por parte do governo quanto de organizações multilaterais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, nos quais os Estados Unidos têm uma voz importante”, disse à BNamericas o economista Santiago Mosquera, reitor da Escola de Negócios da Universidade das Américas, em Quito.

No entanto, o tom da relação bilateral pode depender de quem será o presidente eleito no Equador em fevereiro do ano que vem.

“Temos de esperar pelos resultados das eleições presidenciais do Equador para ver que tipo de relacionamento o país terá com os Estados Unidos. Se o presidente Daniel Noboa for reeleito, ficará evidente o tipo de relação fluida que ele deseja ter”, pontuou Mosquera.

Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do Equador, que no ano passado exportou o equivalente a US$ 7,4 bilhões para o país e importou US$ 8,3 bilhões, segundo estatísticas do Banco Central.

Além do petróleo, o Equador exporta brócolis, flores, camarão, café, cacau, banana, entre outros produtos, para os Estados Unidos.

Entre as importações que chegam dos EUA estão derivados de petróleo, máquinas industriais e alimentos processados.

Se o dólar se fortalecer durante a administração de Trump, segundo Mosquera, isso reduziria a competitividade das exportações equatorianas, já que elas ficarão mais caras nos mercados internacionais porque os custos, inclusive trabalhistas, e os fatores de produção seriam mais elevados no Equador do que em outros países com os quais ele compete. O Equador usa o dólar como moeda.

No entanto, se a economia dos EUA tiver um bom desempenho, haverá uma demanda significativa por produtos equatorianos, o que pode ajudar a manter os resultados sólidos que o país tem hoje em seu balanço de pagamentos – embora esses resultados derivem de uma contração das importações e um aumento no valor das remessas recebidas.

Segundo as últimas estatísticas do Banco Central do Equador, no segundo trimestre, a conta corrente do país registrou um superávit de US$ 2,41 bilhões, um aumento de 64% em relação ao registrado no primeiro trimestre e um aumento interanual histórico de 205%.

Nesse período, as remessas enviadas ao país pelos migrantes equatorianos foram de US$ 1,61 bilhão.

O Equador não tem acordos comerciais com os Estados Unidos e, embora diferentes setores produtivos estejam tentando mudar esse panorama em médio prazo, é pouco provável que haja algum progresso nas negociações durante o governo de Donald Trump, apontam analistas locais.

INTENÇÃO DE VOTO

Até agora, segundo as pesquisas locais, Daniel Noboa e Luisa González, candidata apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, lideram as preferências dos eleitores, com uma diferença significativa em relação aos outros 15 candidatos.

De acordo com os últimos levantamentos da empresa Comunicaliza, o apoio a Noboa teria caído 6 pontos devido aos cortes de eletricidade implementados pelo seu governo para enfrentar a crise energética.

No dia 15 de novembro, a empresa de pesquisas afirmou nas redes sociais que Noboa tem 27,5% das intenções de voto, enquanto González está a menos de um ponto, com 26,7%, e o candidato que ocupava o terceiro lugar, Jan Topic, registra 8,15%.

Nos últimos dias, porém, Topic ficou de fora da disputa, depois que o Tribunal Eleitoral aceitou a impugnação de sua candidatura por um suposto conflito de interesses pela manutenção de contratos com instituições estatais.

ALTOS E BAIXOS

Desde 2007, as relações do Equador com os Estados Unidos sofreram vários altos e baixos, mas acabaram se fortalecendo nos últimos anos.

Durante o governo do presidente Rafael Correa (2007-2017), as relações com os Estados Unidos passaram por diversos momentos de tensão. Em 2011, o presidente equatoriano declarou a então embaixadora norte-americana Heather Hodges persona non grata e ordenou sua expulsão do país. Em 2012, concedeu asilo na embaixada do Equador em Londres ao fundador do WikiLeaks, Julián Assange. Já em 2014, ordenou a saída da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

O presidente Lenín Moreno (2017-2021) mudou a relação bilateral e passou a assinar acordos e a receber funcionários de alto escalão do governo dos EUA, incluindo Mike Pence, o então vice-presidente no primeiro governo de Trump; o subsecretário de assuntos políticos do Departamento de Estado, Thomas Shannon; o vice-comandante militar do Comando Sul dos EUA, Joseph P. DiSalvo, entre outras autoridades.

Posteriormente, o presidente Guillermo Lasso (maio de 2021-novembro de 2023), fortaleceu as relações entre os dois países e, entre outras ações, assinou vários acordos de cooperação na área de segurança, entre eles um para interceptação aérea, que fornece financiamento, dados de inteligência e equipamentos para combater o tráfico de drogas.

O atual presidente Daniel Noboa, que tomou posse em novembro do ano passado para concluir o mandato de Lasso – que dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições antecipadas –, tem se concentrado na cooperação econômica e no setor de segurança, sobretudo no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado, mantendo uma relação bastante fluida.

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