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Análise

Como Trump usa tarifas como estratégia de negociação para pressionar México e Canadá

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Como Trump usa tarifas como estratégia de negociação para pressionar México e Canadá

O atraso de um mês nas tarifas de 25% impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre as importações mexicanas e canadenses, anunciadas e depois adiadas em 24 horas, destaca que esta não é uma guerra comercial tradicional.

Em vez disso, Trump está usando tarifas para pressionar os parceiros comerciais do T-MEC – tratado comercial entre os países da América do Norte –, embora não esteja claro se eles farão concessões substanciais. O acordo foi negociado durante o primeiro mandato de Trump.

Embora o atraso tenha acalmado os mercados financeiros, a incerteza continua alta e a frágil economia do México pode até enfrentar recessão se as tarifas forem aplicadas.

Trump adiou as tarifas anunciadas sobre o México após um telefonema com a presidente Claudia Sheinbaum, no qual ambos concordaram que:

  1. As tarifas serão suspensas por um mês a partir de 3 de fevereiro;
  2. O México enviará 10 mil soldados da guarda nacional para a fronteira para combater o tráfico de drogas;
  3. Os EUA combaterão o fluxo ilícito de armas para o México; e
  4. Ambos os países fortalecerão a colaboração em segurança e comércio.

“A pausa na questão tarifária dá um descanso a tudo, aos mercados financeiros e à economia real, mas não elimina a incerteza porque esse assunto continuará sendo notícia e, certamente, antes do fim do mês, ouviremos Trump dizendo que não gosta do progresso que o México e o Canadá estão fazendo, ou mesmo que acredita que não há progresso e as ameaças continuarão”, comentou à BNamericas James Salazar, vice-diretor de análise econômica do CI Banco.

“Isto reforça a ideia de que Trump usa tarifas como estratégia de negociação. Nesse contexto, espera-se que a incerteza persista, pois Trump continuará a usar a ameaça de tarifas para atingir seus objetivos”, escreveu Gabriella Siller, diretora de análise econômica do Grupo Financiero Base, em um relatório para clientes.

“Além de interromper o fluxo de drogas e pessoas sem documentos, Trump pode estar tentando adiantar a revisão do T-MEC, programada para julho de 2026”, acrescentou ela.

Enquanto isso, a administração Trump não atrasou as tarifas de 10% sobre importações da China. Em resposta, Pequim retaliou com uma tarifa de 15% sobre US$ 5 bilhões em importações de energia, como carvão e gás natural liquefeito dos EUA, e 10% sobre petróleo e equipamentos agrícolas.

Também reforçou os controles de exportação de tungstênio, metal essencial para eletrônicos, aviação e defesa. Considerando que a China produz 80% do tungstênio global, esta medida pode ter amplas implicações.

EFEITOS

Salazar destacou que um caso de teste dos efeitos que as tarifas terão sobre a taxa de câmbio ficou visível após o anúncio inicial, mas o mercado também esperava um atraso.

“Contudo, vamos supor que a aplicação das tarifas dure vários meses, então poderemos ver reações negativas nos mercados financeiros denominados em pesos mexicanos, especialmente na taxa de câmbio, que pode chegar a 22 pesos por dólar ou acima”, afirmou.

“As exportações seriam certamente afetadas em parte. Claramente, o investimento também é um fator, porque minaria a confiança em muitos dos investimentos que são levados em conta ao definir o México como um destino devido às vantagens tarifárias que vêm com o acesso a um mercado maior”, acrescentou.

Salazar também explicou que esses efeitos negativos na economia real em um ano já complicado aumentariam o risco de estagnação ou recessão.

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