Equador
Análise

Cresce número de mortos no Equador enquanto eleições se aproximam

Bnamericas
Cresce número de mortos no Equador enquanto eleições se aproximam

A violência continua a se intensificar no Equador às vésperas das eleições presidenciais e legislativas de fevereiro.

O presidente Daniel Noboa, que é candidato à reeleição, denunciou uma suposta tentativa de intimidação com um carro-bomba carregado de dinamite e estacionado a poucos metros de um local onde seria realizado um evento oficial na província de El Oro.

“Não estamos aqui para dar nem um passo atrás. Estamos avançando e, com essa mesma força, com essa mesma vontade, continuaremos trabalhando pelo povo”, declarou Noboa durante cerimônia oficial nesta quarta-feira (12).

Na terça (10), o presidente ordenou o envio de cerca de 2.400 soldados e 50 veículos blindados para reforçar a segurança na província, uma das mais afetadas pela espiral de violência que sacode o país devido à penetração do narcotráfico e do crime organizado.

No início do mês, 10 pessoas foram assassinadas na cidade de El Guabo, perto de Machala, capital de El Oro. A polícia acredita que teria sido um ataque planejado contra vítimas selecionadas, várias delas com antecedentes criminais por roubo, homicídio ou crimes relacionados com drogas.

Posteriormente, o diretor da prisão de El Oro e seu motorista ficaram feridos após um ataque armado.

No dia 3 de dezembro, na província de Guayas, vários explosivos explodiram na Penitenciária do Litoral, a maior e mais perigosa do Equador. Agentes penitenciários e presidiários ficaram feridos. Segundo o boletim de ocorrência, granadas foram lançadas de um dos pavilhões contra dez internos que sobreviveram a um massacre ocorrido em 12 de novembro no mesmo centro, e que deixou 17 internos mortos.

A onda de violência que atinge o país transformou o cantão de Durán na cidade mais perigosa do mundo, com 145,43 mortes violentas por 100 mil habitantes, à frente de cidades mexicanas como Colima e Ciudad Obregón.

Noboa declarou conflito armado interno em janeiro, após gangues organizadas realizarem ataques coordenados em diversas cidades. No total, 22 grupos foram designados como “organizações terroristas e atores beligerantes não estatais”, muitos deles com ligações com cartéis de drogas mexicanos.

ELEIÇÕES

No final de novembro, Noboa estava empatado com Luisa González, candidata pela coalizão do ex-presidente de esquerda Rafael Correa. Desde então, as pesquisas apontavam um crescimento do presidente.

“Pesquisas próximas ao correísmo já mostram, este mês, um aumento no percentual de apoio a Noboa e uma redução no apoio a González”, disse à BNamericas Cristian Carpio, analista sênior da consultoria de risco político Prófitas.

Um marco crucial para a vitória parece ser o cumprimento da promessa, por parte do governo, de acabar com os cortes de energia até 20 de dezembro. Há quase três meses há racionamento no Equador, sob o qual vastas áreas do país ficam sem serviço por até 14 horas.

“Se os feriados de Natal e Ano Novo não forem afetados pelos cortes de energia, o voto emocional terá um papel importante e a população reduzirá a sua resistência ao governo. Além disso, o candidato presidencial poderia usar todo o aparato estatal para favorecer a sua candidatura”, acrescentou Carpio.

Para Walter Spurrier, presidente da empresa de consultoria Grupo Spurrier, de Guaiaquil, o crime organizado está resistindo às ações de Noboa.

“Creio que a violência vai se intensificar, porque as quadrilhas do narcotráfico, que tiveram um desempenho particularmente bom durante o governo Correa, vão intensificar suas ações para que a população pense que Noboa falhou em sua tentativa de controlá-los e opte pela candidata correísta”, afirmou Spurrier à BNamericas.

Segundo o consultor, Noboa comete um grande erro ao dar esperança de que o conflito terminará dentro de um ou dois anos. “O Equador tem gangues de narcotraficantes da Colômbia e do México e não tem conseguido controlá-los. A luta é de longo prazo”.

Spurrier acredita que a violência se intensificará para tentar influenciar a opinião pública e afetar a candidatura de Noboa. Atos semelhantes ao ataque a uma emissora de televisão em janeiro passado puderam ser vistos durante uma transmissão ao vivo em Guaiaquil.

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