
Destaque: a onda de PPAs privados no Brasil

A abertura do mercado livre de energia no Brasil levou um número crescente de empresas a assinar contratos privados de compra de energia (PPAs).
Entre os principais compradores estão as indústrias com utilização intensiva de energia, como mineração, siderúrgicas e empresas petroquímicas, além de grandes operadoras de telecomunicações.
Os tipos de PPAs também apresentam variações consideráveis. Por exemplo, a Ceagesp, empresa de armazenamento geral com sede em São Paulo, firmou recentemente um PPA com a Comerc Energia para atender a demanda energética das 22 unidades da companhia de abastecimento alimentar.
A contratação ocorreu a partir de um processo competitivo vencido pela Comerc, em fevereiro deste ano. O valor da operação é de aproximadamente R$ 61,9 milhões (US$ 12 milhões), e o volume comercializado será de 5,43 MWa/ano (MW médios por ano).
Outras variações incluem a moeda do PPA, que pode ser indexada em reais ou dólares norte-americanos, e a duração do contrato, geralmente cinco, 10 ou 20 anos, entre outros prazos.
Marina Aidar, sócia de project finance do escritório Demarest Advogados, afirmou que, com a modernização do comércio de energia no setor elétrico, o perfil dos PPAs está mudando.
“Contratos de longo prazo com distribuidoras de energia no mercado regulado estão sendo utilizados cada vez menos, enquanto contratos de compra e venda no mercado livre, nos quais as partes negociam livremente as condições, estão se tornando mais comuns”, disse ela à BNamericas.
A seguir, a BNamericas fornece uma lista de PPAs assinados no país nos últimos anos:
Scatec e Statkraft
Em abril de 2024, as empresas assinaram um PPA para uma usina solar de 142 MW em Minas Gerais. O início da construção está previsto para o segundo semestre deste ano e as operações comerciais devem começar no final de 2025.
O contrato é de 10 anos, com volume negociado equivalente a 75% da energia que será produzida pelo parque.
Casa dos Ventos e Dow
Em fevereiro, a gigante química Dow assinou contrato com a Casa dos Ventos para compra de energia eólica.
O acordo tem duração de 15 anos e garante um volume contínuo de 60 MWm para uma planta da Dow.
Também defende a possibilidade de a indústria química investir no complexo eólico Rio do Vento (1.038 MW), no Rio Grande do Norte, permitindo que a Dow produza sua própria energia no futuro.
Atlas Renewable Energy e Votorantim
Em janeiro, a Votorantim assinou um PPA com a Atlas Renewable Energy para obtenção de 100 MWa de energia solar por 15 anos.
A nova geração de energia virá do projeto Luiz Carlos Solar, em Minas Gerais, que terá capacidade instalada de 787 MWp, dos quais quase dois terços (470 MWp) serão destinados às unidades da Votorantim.
Casa dos Ventos e ArcelorMittal
Em abril de 2023, a Casa dos Ventos e a ArcelorMittal formaram uma joint venture para desenvolver um projeto de energia eólica de 55 MW (Babilônia) com investimento de R$ 4,2 bilhões.
A JV terá um contrato de venda de energia de 20 anos com a siderúrgica para fornecimento de eletricidade.
Atlas Renewable Energy, Hydro Rein e Albras
No mesmo mês, Atlas Renewable Energy, Hydro Rein e Albras assinaram PPA associado à usina solar Boa Sorte, em Minas Gerais.
Com 438 MW de capacidade instalada, o projeto gerará um total de 920 GWh/ano durante 20 anos, entre 2025 e 2044.
A Albras também começará a receber eletricidade da usina solar Vista Alegre da Casa dos Ventos em 2025. O projeto mineiro de 902 MWp gerará aproximadamente 2TWh/ano.
Enel e Portobello
Em março de 2023, o Portobello Grupo e a Enel Trading firmaram uma parceria no setor cerâmico para suprir com energia renovável metade do consumo da maior empresa de revestimentos do Brasil.
O contrato de 15 anos prevê o fornecimento de um volume máximo de 10 MWm, o que equivale ao consumo de 87,6 GWh/ano.
Comerc Renew e Grendene
Em dezembro de 2022, as empresas assinaram um PPA de 20 anos para atender 80% da demanda operacional da gigante da moda.
Localizada em Várzea da Palma, Minas Gerais, e com previsão de início de operação no ano de 2024, a usina solar fotovoltaica fornecerá 10 MWa para a Grendene.
Com investimentos da ordem de R$ 400 milhões, o complexo fotovoltaico terá capacidade instalada de 120 MWp.
Casa dos Ventos e Horizonte Minerals
Em novembro de 2022, a Horizonte Minerals assinou PPAs com a Casa dos Ventos, garantindo energia renovável a baixo custo para seu projeto de níquel Araguaia, 100% de propriedade da empresa.
Os PPAs compreendem três contratos subjacentes que oferecem um preço fixo de US$ 28,4/MWh durante os anos 0-5 e US$ 29,6/MWh para os anos 6-10, excluindo custos de transmissão e outras taxas.
Gerdau e Newave Capital
No mesmo mês, a Gerdau anunciou uma parceria com a Newave Capital para adquirir uma participação no capital da plataforma de geração de energia renovável Newave Energia.
O negócio inclui a aquisição de energia de longo prazo, pela Gerdau e suas subsidiárias, correspondendo a até 30% da energia gerada por projetos de geração de energia de propriedade direta ou indireta da Newave Energia e suas subsidiárias, com base em autoprodução.
Lightsource BP e América Energia
Em julho de 2022, as empresas assinaram um PPA de 15 anos associado à usina solar Milagres (210 MWp) em Abaiara, no Ceará.
A Milagres está programada para começar a operar em 2024, com investimentos de R$ 800 milhões.
Alunorte/Equinor, Scatec e Hydro Rein
No mesmo mês, Equinor, Scatec e Hydro Rein assinaram um PPA de 20 anos em dólares americanos com a refinaria de alumina Alunorte, de propriedade da Norsk Hydro, no Pará, que consumirá aproximadamente 60% da energia produzida.
Com investimento de R$ 2,1 bilhões, a usina solar Mendubim foi inaugurada em abril deste ano.
Solar Canadense e Usiminas
Em fevereiro de 2022, a Canadian Solar e a Usiminas assinaram um PPA para a autoprodução de 30 MWa de energia renovável por 15 anos a partir de 2025.
Prevista para começar em 2024, a construção do parque solar em Goiás tem investimentos estimados de R$ 1,35 bilhão.
Casa dos Ventos e Valgroup
Em novembro de 2021, o Valgroup, um dos maiores transformadores e recicladores de plástico do mundo, assinou um PPA com a Casa dos Ventos.
O acordo de 15 anos garante um volume de 25 MWm para a indústria, equivalente a aproximadamente metade do consumo de energia do Valgroup no Brasil.
A energia é originária do Complexo Eólico Babilônia Sul, de 360 MW, na Bahia.
AES Brasil, Alcoa e Unipar
No último trimestre de 2021, a AES Brasil, recentemente adquirida pela Auren Energia, assinou contratos com Alcoa e Unipar.
Casa dos Ventos e Unigel
Em setembro de 2021, as empresas celebraram um contrato de mais de R$ 1 bilhão para um PPA de 20 anos.
O acordo inclui a opção de tornar este último autoprodutor, como um dos sócios do complexo Eólico Babilônia Sul, da Casa dos Ventos, na Bahia.
Atlas Energia Renovável e Unipar
Em julho de 2021, a produtora de cloro, soda e PVC Unipar e a Atlas Renewable Energy firmaram parceria para construir e operar um parque de geração de energia solar.
Com capacidade instalada de até 239MW em Minas Gerais, o parque Lar do Sol Casablanca II foi contratado para fornecer energia por 19 anos. Começou a operar em 2023.
Neoenergia e Claro
Em dezembro de 2020, a Neoenergia assinou um PPA com a Telco Claro associado a uma usina solar fotovoltaica na Paraíba com capacidade instalada de 149 MW.
Anglo American e Casa dos Ventos
Em junho de 2020, os grupos se tornaram acionistas de sociedades de propósito específico (SPEs) para produção de energia renovável no parque eólico Rio do Vento, no Rio Grande do Norte.
O projeto recebeu investimento de R$ 2,4 bilhões na construção de oito parques eólicos, três dos quais serão utilizados para produzir energia para a mineradora.
Voltalia e Braskem
Em março de 2020, as empresas assinaram contrato de 20 anos, viabilizando a ampliação do complexo solar Serra do Mel, no Rio Grande do Norte.
Casa dos Ventos e Vale
Em janeiro de 2019, a Vale anunciou que assinou contrato com a Casa dos Ventos para energia de longo prazo produzida pelo parque eólico Folha Larga Sul, na Bahia.
Com capacidade instalada de 151 MW, o empreendimento Casa dos Ventos tem energia contratada por 23 anos.
OUTRAS ESTRATÉGIAS
Existem outras estratégias além da assinatura de um PPA para garantir energia renovável de baixo custo.
Um exemplo disso é a autogeração de energia por meio de leasing, em que a parte que vai consumir a energia aluga painéis solares e entra em um consórcio com o gerador, que será remunerado pelo arrendamento.
Em março de 2023, a mineira Cemig e a varejista Mart Minas concluíram a negociação de um contrato de autogeração de energia.
O acordo no mercado livre de energia garantirá a locação de parte do parque solar da usina fotovoltaica Jusante, em Minas Gerais.
Com investimento de R$ 377 milhões, a usina de 20 MW abastecerá 62 lojas da Mart Minas em Minas Gerais e 19 lojas do Dom Atacadista pertencentes ao grupo e localizadas no Rio de Janeiro.
DESCARBONIZAÇÃO
Outras formas de descarbonização das operações industriais também foram adotadas por grandes players industriais.
Em março do ano passado, a Braskem contratou a Veolia para substituir os combustíveis fósseis utilizados na produção de vapor em seu hub de Triunfo, no Rio Grande do Sul, por soluções de energia renovável com potencial de reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO₂) equivalente em 500 mil toneladas por ano.
A parceria seguiu um acordo de investimento de 400 milhões de reais, assinado em 2022, para produzir energia renovável a partir de vapor de biomassa de eucalipto em Alagoas.
Com operações iniciadas em 2023, o projeto gerará 900 mil t/ano de vapor durante 20 anos. Isso significará uma redução de aproximadamente 150 mil t/ano nas emissões de CO₂.
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