Destaque: o descomissionamento offshore no Brasil

A Petrobras realizou, em 23 de novembro, a desancoragem do FPSO P-32, no campo de Marlim, na bacia de Campos, como a primeira plataforma flutuante a seguir o novo modelo de descarte sustentável de embarcações adotado pela Petrobras.

A unidade flutuante de produção será reciclada pelo grupo Ecovix (Engevix), no estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e a sucata será destinada à siderúrgica Gerdau.

Outras 11 unidades flutuantes seguirão as mesmas diretrizes nos próximos cinco anos.

O plano de reciclagem da plataforma, elaborado pela Gerdau-Ecovix, contempla desde os primeiros procedimentos de recebimento da unidade, passando pelos trabalhos de desmontagem, que ocorrerão em dique seco, até a destinação final dos resíduos resultantes da desmontagem.

O FPSO P-32. Geraldo Falcão/Petrobras

Anunciado na semana passada, o plano de negócios 2024-2028 da Petrobras prevê um investimento de US$ 11,4 bilhões em projetos de descomissionamento.

Do total de investimentos, 71% serão direcionados para a bacia de Campos, 23% para as regiões Norte e Nordeste, 5% para a bacia de Santos e 1% para outras bacias.

Ao todo, serão 23 plataformas desativadas, sendo 14 flutuantes e nove fixas, além de aproximadamente 1.900 km de linhas flexíveis (dutos submarinos) e 550 poços.

Após 2028, a Petrobras estima que mais 40 plataformas terão de ser descomissionadas – 35 delas fixas e cinco flutuantes.

No momento, a estatal está realizando a licitação para a destinação sustentável do FPSO P-33, também localizado em Marlim, que seguirá o mesmo modelo de descomissionamento do P-32.

Descoberto em 1985, Marlim terá oito plataformas retiradas. No lugar delas, foram instalados os novos FPSOs Anna Nery e Anita Garibaldi, como parte do programa de revitalização do campo.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estima que as atividades de descomissionamento offshore no país exigirão R$ 51,5 bilhões em investimentos entre 2023 e 2027, com cerca de R$ 40 bilhões destinados a projetos na bacia de Campos.

Segundo a agência, há pelo menos quatro plataformas com programas de descomissionamento aprovados e que ainda não foram removidas: P-33 e P-37, em Marlim; o FPSO Capixaba, no campo de Cachalote; e o FPSO Fluminense, em Bijupirá/Salema.

A Shell, operadora de Bijupirá, contratou recentemente a Subsea 7 para descomissionar a infraestrutura submarina associada ao FPSO Fluminense.

O escopo do contrato inclui a desconexão, recuperação e destinação de 10 risers flexíveis, três umbilicais e nove cabos de amarração. As obras no mar estão previstas para começar em dezembro.

Os demais planos de descomissionamento offshore aprovados (e não encerrados) pela ANP são os seguintes:

Programa de descomissionamento	Operador	Bacia	Status
Baúna Sul	Petrobras	Santos	Aprovado
Camarão Norte	Petrobras	Camamu	Aprovado
Carapiá	Petrobras	Santos	Aprovado
Remaining pipelines of the Pampo and Enchova fields	Petrobras	Campos	Aprovado
Capixaba FPSO	Petrobras	Espírito Santo	Aprovado
Cidade de Niterói FPSO	Petrobras	Campos	Aprovado
Cidade de Rio das Ostras	Petrobras	Campos	Aprovado
Cidade de Santos	Petrobras	Santos	Aprovado
Cidade do Rio de Janeiro	Petrobras	Campos	Aprovado
Fluminense FPSO	Shell	Campos	Aprovado
Petrojarl I FPSO	Enauta	Santos	Aprovado
Polvo FPSO	PRIO	Campos	Aprovado
Guaiuba	Petrobras	Potiguar	Aprovado
Guajá	Petrobras	Potiguar	Aprovado
Marlim Sul	Petrobras	Campos	Aprovado
Mexilhão (Cedro)	Petrobras	Santos	Aprovado
Monoboia de PRA-1	Petrobras	Campos	Aprovado
Moreia	Petrobras	Campos	Suspenso
Nordeste de Namorado	Petrobras	Campos	Suspenso
P-27	Petrobras	Campos	Aprovado
Petrobras 07	Petrobras	Campos	Aprovado
Petrobras 12	Petrobras	Campos	Aprovado
Petrobras 15	Petrobras	Campos	Aprovado
Petrobras 20	Petrobras	Campos	Aprovado
Petrobras 26	Petrobras	Campos	Aprovado
Petrobras 33	Petrobras	Campos	Aprovado
Pirapitanga	Petrobras	Santos	Aprovado
Plataforma 3R-4	3R Petroleum	Potiguar	Recebido
Plataforma 3R-5	3R Petroleum	Potiguar	Aprovado
Plataforma Biquara 1	Petrobras	Potiguar	Aprovado
Plataforma de Agulha 3	Petrobras	Potiguar	Recebido
Plataforma de Arabaiana 3	Petrobras	Potiguar	Suspenso
Plataforma de Caioba 1	Petrobras	Sergipe	Recebido
Plataforma de Caioba 2	Petrobras	Sergipe	Recebido
Plataforma de Caioba 3	Petrobras	Sergipe	Recebido
Plataforma de Caioba 4	Petrobras	Sergipe	Recebido
Plataforma PCM-11 de Camorim	Petrobras	Sergipe	Recebido
Salema Branca	Petrobras	Potiguar	Aprovado
Salgo	Petrobras	Sergipe	Suspenso
Sardinha	Petrobras	Camamu	Recebido
Siri	Petrobras	Potiguar	Aprovado
SPA 2 do campo de Mero - conceitual	Petrobras	Santos	Aprovado
Tambuatá	Petrobras	Santos	Aprovado
Tubarão Azul	Dommo Energia	Campos	Aprovado

Fonte: BNamericas com base em dados da ANP