Destaque: a carteira de hidrogênio verde do México

O México adicionou um novo lote de projetos à sua carteira de hidrogênio verde em meio ao crescente interesse pela indústria emergente.

O projeto mais recente está localizado no estado de Campeche e decorre de um acordo entre o desenvolvedor alemão Hy2gen e as autoridades do estado para explorar um potencial projeto de produção de amônia verde na área.

O projeto funcionaria com capacidade eólica e solar fora da rede para alimentar um eletrolisador de 200 MW e produzir 180 mil t/ano de amônia verde, segundo o governo de Campeche.

A amônia verde é usada como transportadora para o hidrogênio verde, e sua facilidade de transporte significa que um mercado internacional para a amônia verde deve se desenvolver mais cedo do que para o hidrogênio verde. O nitrogênio também é usado no processo de produção de amônia.

Durante a administração do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO), o desenvolvimento de capacidade eólica e solar fora da rede em larga escala provou ser difícil devido à falta de licenças concedidas. No entanto, muitos esperam que essa questão se torne menos rigorosa após as eleições presidenciais de 2024, independentemente de quem vença, já que AMLO não pode se candidatar à reeleição.

Outras empresas que estão avançando com iniciativas de hidrogênio verde são H2V2 e H2B2 Eletrólise, que disseram estar trabalhando na primeira usina de geração de hidrogênio verde para uso industrial no país. As empresas planejam produzir soluções personalizadas para empresas industriais que buscam reduzir as emissões de carbono.

A empresa holandesa de fertilizantes Tarafert também pretende construir uma grande planta verde de produção de amônia, ureia e hidrogênio no estado de Durango. No final do ano passado, o fornecedor de eletrolisadores Ohmium disse que forneceria à empresa 343 MW de capacidade de eletrolisador em três parcelas, começando com 69 MW em 2025.

Outros projetos incluem uma iniciativa da Dhamma Energy para misturar hidrogênio e gás natural no estado de Guanajuato, e um projeto power-to-power que usará hidrogênio para armazenamento em Los Cabos, Baja California, de propriedade da HDF, e que está atualmente passando por avaliação ambiental. 

A produtora mexicana de cimento Cemex também disse que planeja incorporar hidrogênio verde em suas atividades industriais. Muitos produtores industriais estão avaliando projetos-piloto de hidrogênio verde para reduzir as emissões, de acordo com a associação local H2Mex.

E a concessionária pública CFE executará projetos-piloto em algumas de suas instalações de geração solar com potencial para expansão futura.

Legislação e política

Na frente legislativa, as poucas propostas que surgiram não levaram a lugar nenhum.

O PVEM, aliado da coalizão governante, patrocinou um projeto de lei de hidrogênio verde que esboçaria um plano nacional e criaria uma subsidiária da CFE que se concentraria exclusivamente no hidrogênio verde. E o partido de oposição PAN, por meio de seu candidato presidencial Xóchitl Gálvez, iniciou negociações em abril para estudar possíveis esquemas regulatórios para o novo setor.

Mas ambas as iniciativas não conseguiram grandes avanços no Congresso.

O Ministério da Energia, Sener, não propôs um plano nacional de hidrogênio verde, embora alguns estados, incluindo Nuevo León, tenham agido para esboçar roteiros locais.

No ano passado, os líderes do México, Estados Unidos e Canadá disseram que o hidrogênio verde era uma indústria-chave para promover a integração energética regional e reduzir as emissões.