
Destaque: os riscos econômicos e políticos da Bolívia

A economia boliviana enfrenta ventos contrários devido à falta de dólares, à diminuição das reservas internacionais e às disputas políticas internas dentro do partido do governo.
“Embora a inflação não seja um problema na Bolívia, pois ficou abaixo de 3% em fevereiro, o crescimento econômico desacelerou significativamente, com o PIB real abaixo de 2%”, segundo William Foster, vice-presidente sênior de risco soberano da Moody's Ratings, em uma declaração para o webinar da agência Inside LatAm: Bolivia 2024, realizado no início desta semana.
Foster destaca a queda das reservas do banco central, que despencaram para menos de US$ 2 bilhões, face aos quase US$ 9 bilhões em 2018. A maior parte das reservas está em ouro e o dinheiro disponível é inferior a US$ 200 milhões, de acordo com os dados mais recentes da autoridade monetária.
Além disso, um déficit da balança comercial – causado pela queda nas exportações de hidrocarbonetos – exacerbou a falta de moeda estrangeira, levando a administração do presidente Luis Arce a revelar uma série de medidas no mês passado para reduzir a burocracia nas exportações. O ministro da Economia, Marcelo Montenegro, disse que o governo espera arrecadar US$ 5 bilhões com exportações de mineração e agrícolas.
Mas embora seja a detentora dos maiores recursos de lítio do mundo, a Bolívia ainda não é uma produtora significativa deste metal essencial para a transição energética. A empresa estatal YLB planeja avançar com projetos de exploração nas salinas do país este ano a fim de aumentar a produção, a maior parte da qual é enviada para a Rússia.
“A qualidade do seu lítio é inferior à do Chile. Além disso, a Bolívia não tem acesso ao mar, aumentando os custos logísticos. Em nossa opinião, não será suficiente para preencher a lacuna que vemos no comércio exterior”, pontuou Foster.
Enquanto isso, o setor de petróleo e gás da Bolívia representou apenas 3% do PIB no ano passado, em comparação com 8% em 2013. A sua produção de gás e petróleo bruto caiu 13,0% e 15,6%, respetivamente, para 13,4 bilhões de m3 e 8,6 MMb (milhões de barris) em 2023. A empresa estatal de hidrocarbonetos YPFB lançou um processo de licitação para avaliar áreas não convencionais como parte dos esforços para enfrentar a queda na produção e substituir as reservas.
“O governo não parece estar concentrado em aumentar as reservas e reduzir o déficit comercial. Isso significa que a pressão permanecerá e poderá aumentar. Os riscos são a falta de dólares e de hidrocarbonetos. Há também um risco político elevado”, destacou Foster.
A crescente divergência entre Arce e o ex-presidente Evo Morales (2006-2019) pelo controle do partido socialista MAS, no poder – que levou a protestos e ao bloqueio de estradas no início deste ano, causando perdas econômicas de quase US$1 bilhão – promete se intensificar antes das eleições gerais do próximo ano.
Uma das questões em pauta é a decisão do Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP) de eliminar a reeleição indefinida, o que essencialmente impede Morales de concorrer novamente à presidência. Um atraso nas eleições judiciais, que permitiu ao TCP prolongar o seu mandato, também levou os apoiadores de Morales a acusar o tribunal de agir com parcialidade e a favor de Arce. As eleições judiciais estão agora marcadas para setembro, Entretanto, a disputa interna do MAS, provavelmente, aumentará e poderá levar a mais protestos e violência.
"É provável que a oposição capitalize a situação, colocando ambas as facções do MAS uma contra a outra e limitando ainda mais a governabilidade. A instabilidade política continuará a ser um fator na política boliviana em 2024, especialmente com as eleições que se aproximam em novembro de 2025", avaliou Sebastian Fernández de Soto, analista da Control Risks para a Região Andina, no Relatório de Risco Político de fevereiro da BNamericas.
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