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Elea compra datacenters da DXC, prepara novos M&As e aumenta aposta em hiperescala

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Elea compra datacenters da DXC, prepara novos M&As e aumenta aposta em hiperescala

A Elea Data Centers avança na expansão de seu footprint no Brasil, com a aquisição de dois novos datacenters, a ampliação de capacidade em sites existentes e a construção de projetos em novas regiões metropolitanas.

A empresa, controlada pela Piemonte Holding e que tem o Goldman Sachs como principal investidor, acaba de anunciar a aquisição de datacenters da multinacional norte-americana DXC Technology no estado de São Paulo. O acordo envolve dois sites, um em São Bernardo do Campo, outro em Barueri (Alphaville).

A negociação ocorre desde o ano passado. A BNamericas tinha conhecimento das conversas desde abril.

Em São Bernardo, o projeto da empresa é atender o segmento de hiperescala (grandes provedores de nuvem) e criar um novo hub de datacenters, já que regiões como Barueri e Campinas estão ficando saturadas, conforme explicou à BNamericas Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte Holding e fundador da Elea.

Citando razões contratuais, Lombardi não comentou os valores envolvidos.

A BNamericas apurou junto a fontes do mercado que o negócio envolve mais de R$ 300 milhões, entre aquisição e investimentos que precisam ser feitos nos sites. O valor exclui capex e opex extras relacionados à contratação de energia e outros ativos.

Nos últimos anos, a estratégia da Elea tem sido focada em adquirir ativos existentes, já com clientes-âncora, e em modernizar os datacenters para atrair novos clientes.

A empresa fez isso com os datacenters que comprou da Globo, TIM e Oi, por exemplo.

No caso da transação com a DXC, no entanto, a Elea também adquiriu terrenos adjacentes e irá construir novos prédios. 

Lombardi está mirando um campus de 100 MW de capacidade em São Bernardo do Campo contendo três datacenters – dois a serem construídos do zero e um sendo o adquirido da DXC.

O terreno em São Bernardo do Campo tem 68 mil m².

“São Bernardo do Campo era o berço automotivo do Brasil e não é mais. Há infraestrutura de energia construída e bem estabelecida, e não mais usada. Queremos abrir uma nova perna, um novo hub, em São Paulo”, disse Lombardi.

Os estudos da Elea estimam que haja 1 GW de capacidade ociosa de energia em São Bernardo – energia que poderia ser usada para abastecer datacenters.

São Bernardo é um projeto de três anos. A primeira fase e o primeiro edifício, com metade da capacidade (50 MW), deverão ser entregues em 2025, segundo Lombardi.

No geral, a BNamericas apurou junto a fontes do mercado que o investimento da empresa em São Bernardo pode ultrapassar US$ 1 bilhão, valor que compreende o preço de compra de 100 MW no mercado.

Barueri

Em Barueri, o projeto da Elea é mais voltado para interconectividade.

O local está projetado para ter capacidade de 20 MW após obras de modernização. O datacenter adquirido da DXC tem capacidade de 5 MW, igual à capacidade existente no de São Bernardo, e totaliza 28 mil m² de terreno.

Lombardi mencionou que pretende conectar todos os nove datacenters da Elea no Brasil tendo Barueri como principal ponto de interconexão.

“Em São Bernardo vamos fazer hiperescala e em Barueri vamos oferecer os novos serviços tradicionais, como edge cloud, colocation. Serviços que nenhum outro player, talvez com a exceção da Equinix, possui atualmente”, afirmou o executivo.

CONCORRÊNCIA

As ações da Elea intensificam a concorrência na região metropolitana de São Paulo. Em Barueri, por exemplo, a Scala Data Centers está avançando com um megacampus de datacenters em hiperescala.

A BNamericas descobriu que a Scala solicitou ou já obteve pelo menos seis licenças ambientais desde janeiro deste ano para seus novos datacenters em Barueri.

Tais licenças se referem principalmente ao armazenamento de diesel para instalação de geradores e foram emitidas pela Cetesb, agência ambiental do estado de São Paulo.

Além da Scala, outras empresas com datacenters em Barueri incluem Equinix, Ascenty, Odata, Cirion e Telefônica. No geral, estima-se que a região de Barueri tenha 221 MW de capacidade de carga integrada atual para datacenters.

Lombardi afirma que a Elea tem uma participação de 10% a 15% no mercado de datacenters do Brasil, considerando sua participação na capacidade de energia contratada para datacenters.

Além de São Bernardo, a empresa negocia a aquisição de terrenos em outras regiões, e com foco em hiperescala. A Elea também tem projetos para Rio de Janeiro e Brasília, e alguns desses negócios poderão ser anunciados nas próximas semanas.

“Nós precisamos e vamos aumentar nosso powerbank”, concluiu o executivo. “O mercado está nos empurrando para crescer.”

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