Equador é instado a tomar medidas para evitar retorno da crise de energia elétrica

O Equador parece ter superado a crise de energia elétrica que levou o governo de Daniel Noboa a impor cortes de até 14 horas por dia durante três meses.

A crise foi alimentada pela dependência do país da energia hidrelétrica e por uma seca severa.

Os cortes de energia no setor residencial terminaram em 20 de dezembro, mas durante as duas últimas semanas do mês, sete grandes consumidores , incluindo a mineradora canadense Lundin Gold e a chinesa EcuaCorriente , tiveram que se desconectar da rede a pedido do governo para amenizar o déficit de geração.

A Lundin Gold opera a mina Fruta del Norte e a EcuaCorriente a mina de cobre Mirador , as duas únicas minas industriais de grande porte do país.

A desconexão de grandes consumidores como mineradoras, cimenteiras e siderúrgicas permitiu a recuperação dos reservatórios da Coca-Codo-Sinclair , a maior hidrelétrica do país, e de Mazar, uma das mais afetadas pela seca.

Além disso, a Colômbia forneceu cerca de 400MW e uma barcaça contratada pelo governo gerou 100MW, enquanto as chuvas no sul ajudaram a aliviar a situação.

No entanto, o risco de uma nova crise continua alto, pois a geração continua insuficiente e as chuvas normalmente diminuem em janeiro, afetando as bacias que alimentam as usinas de Mazar e Paute. A Colômbia também está enfrentando problemas de seca.

"Mesmo considerando que tudo o que foi contratado para as usinas termelétricas de Salitral, Quevedo, Durán, Manta e Pascuales esteja instalado até meados do ano, ainda temos um déficit entre 600 MW e 900 MW até meados do ano, sem considerar o aumento anual da demanda", disse o especialista em energia local Gabriel Secaira a uma emissora de TV.

Especialistas concordam que a geração térmica precisa aumentar para garantir o abastecimento em períodos de seca, principalmente em outubro, quando a região onde estão as principais hidrelétricas é mais afetada.

Devido à crise elétrica, grandes empresas ativaram sua capacidade de autogeração ou compraram geradores.

Entre essas empresas está a Lundin, que em dezembro ativou sua capacidade máxima de autogeração de 11MW para ajudar a suprir os 18MW de que necessita. A empresa começou a comprar geradores a diesel em 2023.

A Lundin espera adicionar dois geradores a diesel ao seu sistema de autogeração este mês, elevando o total para 10.

"Eles chegarão este mês e estarão operacionais no primeiro trimestre", disse Lundin à BNamericas.

Os oito geradores em operação consomem cerca de 20.000 galões de diesel por dia.

Enquanto isso, a EcuaCorriente, que foi a mais afetada pela crise devido à sua falta de capacidade de autogeração, está em negociações com a vice-ministra de Minas, Rebeca Illescas, sobre ações futuras para se tornar autossuficiente e implementar seu plano de expansão Mirador de US$ 650 milhões, que inclui o desenvolvimento da mina Mirador Norte para processar 60.000 t/d, elevando o total para 140.000 t/d até 2028.