Este é o melhor momento para consumidores brasileiros migrarem ao mercado livre de energia

Este é o melhor momento "dos últimos anos" para os consumidores brasileiros aderirem ao mercado livre de energia, afirmou à BNamericas Ciro Neto, head de desenvolvimento de negócios da geradora e comercializadora de energia 2W Ecobank.

O motivo, segundo o executivo, é a perspectiva de crescimento dos preços da energia no final deste semestre, já que o fim do fenômeno climático El Niño deverá resultar em um período de chuvas mais escassas.

Cerca de 60% da matriz elétrica do país é baseada em energia hidrelétrica. Quando o nível dos reservatórios das usinas cai, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aciona as termelétricas. E, por se tratar de um sistema mais caro, contribui para o aumento da pressão sobre os preços.

A partir de 1º de janeiro de 2024, todos os consumidores de alta tensão (Grupo A) passaram a ser elegíveis para a migração ao mercado livre de energia, podendo escolher seus fornecedores de energia elétrica.

“O mercado livre trará uma nova dinâmica para as pequenas e médias empresas do Brasil, gerando mais competitividade e sustentabilidade para a economia brasileira”, disse Neto. O executivo acredita que mais de 30% das empresas do Grupo A migrarão este ano.

Ele destacou que as concessionárias de distribuição de energia terão de se adaptar e focar na otimização de suas operações para garantir um fornecimento eficiente e confiável aos consumidores.

Por outro lado, os geradores terão a oportunidade de interagir diretamente com os consumidores, entendendo suas necessidades e oferecendo soluções customizadas.

“Isso inclui a oferta de fontes de energia renováveis, planos tarifários especiais e serviços adicionais”, acrescentou Neto.

A 2W Ecobank mais que quadruplicou sua base de clientes em 2023, atingindo o marco de 1.000 clientes. Do total, 40% pertencem à região Sul do país. Espera-se que a empresa, no mínimo, duplique sua carteira de clientes em 2024.

“Com a abertura oficial do mercado e o avanço acelerado da questão da sustentabilidade, devido ao conjunto de eventos climáticos extremos ocorridos nos últimos anos, os empresários estão se educando. Esse fato deve favorecer o rápido crescimento do mercado em razão da necessidade de que as empresas consumam energia limpa e sustentável a preços justos", avaliou Neto.

Em 2023, a 2W Ecobank alcançou 480 empresas na região Sul, um aumento de 300% em relação ao ano anterior, com destaque para o estado de Santa Catarina, registrando 39% das migrações, à frente do Paraná, com 35%, e do Rio Grande do Sul, com 26%.

Uma dessas empresas foi o Frigorífico Tomelin, de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. A parceria entre a 2W e a empresa resultou em um contrato de cinco anos, em que a empresa adotará energia renovável proveniente de fonte eólica.

Essa mudança trará uma economia de aproximadamente R$ 1,6 milhão (US$ 330 mil) nas contas de energia da empresa durante o período do contrato.

No Rio Grande do Sul, a Malta Indústria de Equipamentos e Utilidades Domésticas também aderiu ao mercado livre com a 2W.

O contrato de 10 anos prevê a utilização de energia eólica e solar, com expectativa de economia de R$ 165 mil nas contas de energia da empresa.

Outros casos recentes incluem as empresas: Cerâmica Escorpião, no Paraná; Fifor Polímeros, Printex Têntil e Madeireira Nova Trento, em Santa Catarina e Central Polímeros, no Rio Grande do Sul. Juntas, as empresas economizarão cerca de R$ 780 mil em custos de energia.