Argentina
Análise

Geração e transmissão: o que esperar da Argentina em 2025

Bnamericas

Nos últimos meses, os hidrocarbonetos – particularmente, GNL e petróleo – dominaram os holofotes na Argentina, mas em 2025 a energia elétrica pode ser o centro das atenções.

Após anos de subinvestimento, a rede elétrica continua apresentando problemas, e observadores do mercado aguardam anúncios relacionados a propostas formais do governo para fortalecer e expandir a infraestrutura.

Nesse contexto, a Argentina está adotando medidas preventivas para ajudar a manter as luzes acesas neste verão, quando temperaturas elevadas podem aumentar a demanda e sobrecarregar um sistema já estressado. Entre os pilares estão iniciativas para incentivar a injeção de energia por usinas termelétricas mais antigas, planos para importar eletricidade do Brasil e ações para permitir que distribuidoras contratem usinas de geração móveis. Os déficits de distribuição e geração podem provocar apagões no centro de demanda da província de Buenos Aires durante janeiro e fevereiro.

GERAÇÃO

Um leilão de fornecimento de energia termelétrica, o TerCONF, foi cancelado, mas uma nova tentativa pode começar neste trimestre, de acordo com a maior geradora do país em capacidade instalada, a Central Puerto.

O CEO da empresa, Fernando Bonnet, disse recentemente que a companhia estava “esperando pelo novo leilão de energia, talvez com menos MW que o TerCONF do ano passado, mas mais focado em pontos específicos da AMBA [região metropolitana de Buenos Aires]”.

A Cammesa, administradora do mercado atacadista de energia, concedeu 3,3 GW em contratos no TerCONF.

O cancelamento ocorreu em meio a expectativas de uma revisão do setor elétrico por parte da administração de Javier Milei, que defende um mercado de contratos descentralizado. Os regimes de remuneração também podem mudar para ajudar a estimular a concorrência.

Em termos de energias renováveis, isso tem sido liderado pelo mercado a termo Mater, onde geradores eólicos e solares vendem a produção direto para os compradores, como fabricantes, por meio de PPAs corporativos – e a situação provavelmente continuará a mesma.

A lista de projetos na rodada de desempate do Mater pode ser baixada na caixa Documentos, no canto superior direito da página (em espanhol).

TRANSMISSÃO

No caso da transmissão, a falta de espaço nas linhas está dificultando a implantação crescente de usinas eólicas e solares em grande escala, principalmente em zonas com os melhores recursos renováveis.

Para ilustrar, apenas um dos 31 projetos apresentados no último leilão de despacho prioritário de transmissão está isento de participar de uma rodada de desempate.

Trata-se do parque eólico Cerro Policía, de 150 MW, proposto pela australiana Fortescue Future Industries para a província de Río Negro, onde a empresa anunciou anteriormente planos para construir uma usina de hidrogênio verde. A Fortescue garantiu 88 MW de capacidade de despacho prioritário de transmissão sob a modalidade Mater Referência A, em que a Cammesa pode conceder despacho prioritário em corredores de transmissão congestionados para projetos do Mater, com base no entendimento de que parte da produção associada pode sofrer com cortes na geração, ou curtailment (probabilidade de curtailment de 8%).

A BNamericas enviou um e-mail à Fortescue para obter mais informações sobre o projeto, apresentado por uma unidade chamada Eólica Rionegrina.

Ao todo, projetos eólicos e solares com capacidade instalada de 1,8 GW entraram na rodada de desempate. Quase 1 GW de capacidade de despacho prioritário é buscado. A grande dúvida diz respeito à capacidade total que será concedida.

Além disso, 345 MW de capacidade foram concedidos à maior geradora de energia limpa da Argentina, a Genneia, com base em um mecanismo em que os desenvolvedores podem solicitar capacidade associada à nova demanda futura por energia limpa que, por sua vez, impactaria a capacidade atribuível na rede. Do total, 300 MW correspondem ao projeto solar fotovoltaico Mendoza Sur, na província de Mendoza. Obras na estação transformadora estão envolvidas. Além disso, sob o mesmo mecanismo, a Solar Energy recebeu 75 MW de capacidade, sem nenhum projeto específico nomeado.

As empresas devem enviar as informações associadas ao desempate em 28 de novembro e a capacidade deve ser atribuída em 2 de dezembro.

A demanda por transmissão na Argentina viria de duas esferas principais: obras para reforçar a rede e aumentar a capacidade e obras para levar energia limpa para minas, muitas delas localizadas no alto da Cordilheira dos Andes.

O governo marcou a transmissão como uma prioridade máxima. O desafio é elaborar uma estrutura que permita investimento e financiamento privados.

Stakeholders do setor aguardam um anúncio formal sobre a estratégia do governo.

Nesse contexto, a empresa de transmissão Transener propôs um plano de expansão de US$ 9,80 bilhões, segundo o qual o desembolso para os primeiros projetos seria sustentado pela demanda, informou recentemente a imprensa local.

Em um acontecimento relacionado, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento concedeu à Argentina um empréstimo de US$ 500 milhões, recursos destinados à construção de capacidade de gerenciamento de projetos na área de sustentabilidade do setor energético e à gestão de esquemas de subsídios.

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