Governo federal reduz previsão de superávit comercial para 2024

O governo federal reduziu sua estimativa de superávit comercial para este ano.

Agora, o governo agora projeta um superávit de US$ 70,4 bilhões, abaixo dos US$ 79,2 bilhões anteriores, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços em um comunicado.

Em 2023, o Brasil registrou um superávit comercial recorde de US$ 98,8 bilhões.

“Não teremos recorde este ano, entre outros fatores, porque as nossas exportações de produtos agrícolas serão inferiores este ano às do ano passado e não temos um nível relevante de exportação de produtos manufaturados que compense isso”, disse à BNamericas José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Segundo Castro, o petróleo pode ultrapassar a soja como principal produto de exportação brasileiro neste ano devido à alta produção.

“A colheita da soja tem sofrido diante dos efeitos climáticos extremos, enquanto por outro lado vemos uma continuação dos anúncios de investimentos na produção de petróleo no Brasil, o que aponta para um desempenho positivo desta atividade pelo menos no médio prazo”, acrescentou o titular da AEB.

O governo prevê uma queda nas exportações neste ano de US$ 335,7 bilhões, face aos US$ 345,4 bilhões em 2023, enquanto as importações deverão cair de US$ 266,2 bilhões para US$ 265,3 bilhões.

De janeiro a setembro, o Brasil registrou um superávit comercial de US$ 59,1 bilhões, abaixo dos US$ 71,6 bilhões no mesmo período de 2023.

As exportações atingiram US$ 255,5 bilhões, ante US$ 253,3 bilhões, enquanto as importações aumentaram de US$ 181,7 bilhões para US$ 196,3 bilhões.

“Nos primeiros nove meses do ano, as importações cresceram muito mais que as exportações devido à forte entrada de produtos chineses no Brasil, principalmente aço e veículos elétricos”, apontou Castro.