
Grandes distribuidoras brasileiras de combustíveis vendem ativos e se reestruturam

Duas das três maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil estão enfrentando um período financeiramente desafiador, recorrendo à venda de ativos para aliviar restrições de fluxo de caixa.
Em 10 de março, a Vibra, que detém 22% do mercado varejista de combustíveis do país, anunciou sua saída da ZEG Biogás e Energia, empresa focada na produção de biogás.
Se a transação for aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Vibra não será mais obrigada a investir aproximadamente R$ 400 milhões (US$ 70,3 mi) em projetos futuros, “reforçando a disciplina da empresa na gestão de sua alocação de capital”, afirmou a empresa em um comunicado.
Em 2024, a antiga BR Distribuidora reportou lucro líquido de R$ 6,37 bilhões – alta interanual de 33,6% –, enquanto suas vendas totalizaram 35,8 MMm³ (milhões de metros cúbicos), queda de 3% em relação a 2023. No entanto, a dívida bruta da empresa atingiu R$ 19,9 bilhões no final de 2024, o que marcou um aumento de 23,3% em relação a 12 meses antes.
Em fevereiro, durante a apresentação dos resultados financeiros de 2024 da Vibra, o CFO Augusto Ribeiro disse que a empresa enfrenta atualmente um cenário mais desafiador, com custos de capital mais elevados.
A taxa básica de juros (Selic) vem subindo desde maio do ano passado, chegando a 13,25% em janeiro. A expectativa é que ela aumente para 14,25% nesta quarta-feira (19).
RAÍZEN
A Raízen – uma joint venture entre Shell e Cosan que detém 16% de participação de mercado – vem vendendo ativos no Brasil e no exterior.
No mercado interno, em 2024, a empresa vendeu 31 usinas solares para a Élis Energia e outras 31 para a Brasol. A Raízen também estaria considerando vender a usina de açúcar e etanol Usina Leme, no interior de São Paulo.
Internacionalmente, a Raízen chegou a um acordo no final do ano passado com acionistas para reduzir sua participação em suas operações de mobilidade no Paraguai. Além disso, no início deste mês, a empresa contratou o JP Morgan para vender uma refinaria na Argentina.
As vendas de combustíveis da Raízen no Brasil durante os primeiros nove meses da safra 2024-25 totalizaram 20,5 MMm³, marcando uma queda de 3,7% em relação à temporada anterior.
No mesmo período, a Raízen registrou prejuízo de R$ 1,66 bilhão, ante lucro de R$ 1,49 bilhão no ano anterior. A dívida líquida da empresa atingiu R$ 38,6 bilhões no final de 2025, um aumento interanual de 22,5%.
Em seu último relatório financeiro, a Raízen apontou que, após um período de crescimento e expansão do portfólio de negócios, sua estratégia agora deve estar alinhada à sua estrutura de capital e ao atual ambiente macroeconômico.
“Desde novembro de 2024, iniciamos uma nova jornada na Raízen, com sucessão de posições na gestão e uma mudança profunda na estratégia, focada na geração de valor aos acionistas e na otimização de nossa estrutura de capital. Essa mudança demanda uma maior eficiência operacional e a revisão do portfólio de ativos, com o objetivo de acelerar o processo de simplificação e otimização da Companhia”, afirmou.
Em teleconferência com analistas no final de fevereiro, a administração da Cosan indicou que estuda uma diluição do controle da Raízen por meio da entrada de novos sócios, bem como a venda dos negócios da empresa ou de suas plantas.
ULTRA
Outra grande distribuidora de combustíveis no Brasil é a Ipiranga, do Grupo Ultra, que detém 17% de participação de mercado.
Em uma posição financeira relativamente estável, a empresa obteve aumento de 2% nas vendas em 2024 em comparação ao ano anterior, atingindo 23,6 MMm³.
O Ebitda ajustado foi de R$ 4,45 bilhões – alta de 3% –, enquanto a dívida líquida do grupo atingiu R$ 7,76 bilhões no final de 2024, ante R$ 6,12 bilhões um ano antes.
“Apesar da volatilidade e incertezas, nossos três principais negócios apresentaram bons resultados operacionais. Destacamos a continuidade do crescimento da Ultragaz e da Ultracargo, e a resiliência da Ipiranga, mesmo em ambiente de práticas irregulares relevantes no mercado de combustíveis”, afirmou a Ultra em seu relatório financeiro de 2024.
PREOCUPAÇÕES COM FRAUDE
Um aumento nas fraudes envolvendo mistura de biodiesel ao óleo diesel nos últimos meses – a lei exige uma mistura de 14% de biodiesel – levou o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) a pedir à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) que suspenda as vendas de biodiesel por 90 dias, permitindo a venda temporária de diesel 100% proveniente de combustível fóssil.
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