Grau de investimento impulsiona planos de infraestrutura do Paraguai

A elevação do rating de crédito de longo prazo do Paraguai para “Baa3’ pela Moody’s ajudará o país a impulsionar o investimento privado no segmento de infraestrutura.

“Não temos dúvidas de que essa classificação representa uma grande oportunidade, especialmente para o financiamento de infraestrutura sob mecanismos de PPP e contratos turnkey”, disse à BNamericas Amílcar Guillén, responsável pela divisão de projetos estratégicos DIPE.

A Moody’s concedeu o grau de investimento ao Paraguai pela primeira vez na história na última sexta-feira (26), citando o crescimento econômico sustentado, bem como os esforços de várias administrações para diversificar a economia e fortalecer o investimento em infraestrutura.

Em um comunicado de imprensa, a agência também destacou medidas para expandir o acesso ao financiamento no mercado e preservar a força orçamentária, ao mesmo tempo em que atualizou a perspectiva da nota de crédito de positiva para estável.

A decisão mencionou que os investimentos recentes no setor de infraestrutura contribuíram para reduzir os gargalos nos transportes, o que facilitará a entrada de recursos privados.

A Moody’s não respondeu a um pedido da BNamericas para comentar o assunto.

Guillén acrescentou que ele e a ministra de Obras Públicas, Claudia Centurión, estão trabalhando para atualizar as prioridades dos planos de infraestrutura do país após a decisão da Moody’s. Segundo ele, este processo incluirá a avaliação dos projetos que podem ser realizados como PPPs, contratos turnkey ou concessões.

O Ministério de Obras Públicas apresentou um plano de US$ 5,5 bilhões para ser implementado durante a administração atual, que terminará em 2028.

O plano inclui US$ 3 bilhões para rodovias, US$ 1,6 bilhão para saneamento, US$ 200 milhões para hospitais, US$ 100 milhões para escolas, US$ 105 milhões para resiliência costeira e US$ 100 milhões para habitação.

O presidente Santiago Peña também disse que será necessário aumentar o investimento privado no segmento de infraestrutura para reequilibrar as contas fiscais depois que a pandemia de Covid-19 forçou um relaxamento das normas do déficit e provocou um aumento nos gastos públicos.