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Análise

Incorporação de Furnas foi um evento positivo de crédito para a Eletrobras, diz Moody’s

Bnamericas

A incorporação de Furnas pela Eletrobras é um evento de crédito positivo para a holding brasileira de energia. A opinião é de Murilo Pentagna, analista da Moody's Investor's Service.

“Principalmente devido aos potenciais benefícios fiscais decorrentes da transação que irão compensar parcialmente os preços mais baixos de energia, que pesam negativamente em seu perfil de crédito”, afirmou Pentagna à BNamericas.

A principal razão para o baixo preço da energia no Brasil são as condições hidrológicas favoráveis. Com os reservatórios hidrelétricos cheios, menos usinas térmicas, que são mais caras, precisam despachar energia.

Também contribuem para esse cenário a expansão da geração distribuída (GD) e o crescimento relativamente baixo do consumo de energia no país.

Tal situação é desfavorável à descontratação das usinas da Eletrobras, que consiste na alteração do sistema de comercialização de energia da empresa para que seja baseado em preços de mercado livre.

Pentagna acredita que a iniciativa faz parte da estratégia pós-privatização da empresa para racionalizar a sua estrutura organizacional.

“Com a incorporação, a Eletrobras poderá utilizar os prejuízos acumulados na holding para compensar a alíquota de 34% cobrada atualmente sobre Furnas, proporcionando, assim, economia de caixa consolidada nos próximos anos”, acrescentou o analista.

Isto porque, quando a empresa passa a ter lucros nos anos subsequentes, ela pode utilizar os prejuízos acumulados para compensar o seu lucro tributável.

“Essencialmente, a empresa subtrai parte das perdas acumuladas no passado do seu EBT [receitas antes de impostos] atual. Isto reduz o montante do lucro sujeito a imposto e, portanto, o montante do imposto a pagar”, explicou Pentagna.

Furnas é uma das principais subsidiárias da Eletrobras, respondendo por cerca de 40% da capacidade instalada de geração da holding e por quase metade de suas linhas de transmissão.

Nos próximos três anos, a Moody's estima que a alavancagem da Eletrobras medida pelo fluxo de caixa das operações antes do capital de giro em relação à dívida líquida poderá melhorar de 10% para 13,2%.

“A Eletrobras continua explorando a possibilidade de incorporar a Eletropar [Eletrobras Participações], que ainda depende da aprovação dos acionistas”, disse Pentagna.

A Eletropar foi criada em 1996 como resultado da cisão da Light Serviços de Eletricidade. O objetivo da empresa é deter participações acionárias em empresas de eletricidade e outras empresas.

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