Indiana TCS trabalha para expandir projetos com entidades financeiras da região

A multinacional indiana Tata Consultancy Systems (TCS), uma das três maiores empresas globais de serviços de TI, quer garantir uma participação maior em projetos no mercado financeiro latino-americano.

No Brasil, a TCS está desenvolvendo projetos para todos os principais bancos privados do país, contou à BNamericas Bruno Rocha, country manager da companhia no Brasil.

O objetivo agora é chegar a instituições financeiras de médio porte e até mesmo a bancos e fintechs nativos digitais, disse o executivo.

“Temos hoje uma sinergia muito grande no setor de bancos e seguradoras. A TCS é um player cada vez mais relevante no setor, e não só ao redor da IA”, destacou Rocha.

A TCS atua na América Latina há mais de 20 anos e os projetos do setor financeiro estão no centro de sua proposta de negócios.

Atualmente, a TCS relata estar trabalhando em projetos-piloto e testes de IA com diversos clientes do setor financeiro na região.

A empresa, especializada em serviços corporativos de TIC e integração, faz parte do conglomerado indiano Tata. Concorre com grandes consultorias, como Accenture, Deloitte, Stefanini e Capgemini.

Considerando todos os setores, a base de clientes no Brasil inclui 140 empresas.

Em todo o mundo, a TCS atende cerca de 3.000 clientes, apoiados por 120.000 profissionais. Rocha argumenta que a empresa foca em poucos clientes, mas importantes.

Em abril, a TCS anunciou a ampliação do seu centro de entrega em Londrina, no Paraná, em uma nova aposta no nearshoring no Brasil.

O investimento foi anunciado na capital indiana, Nova Delhi, com o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, e o CEO da TCS, Krithi Krithivasan. Embora o valor do investimento não tenha sido divulgado, Rocha afirma que o Brasil é o principal foco dos investimentos da empresa este ano.

Em Londrina, a TCS pretende criar 1.600 empregos no curto prazo, chegando à marca de 3.000 funcionários. Sua meta é atingir 5.000 colaboradores na unidade nos próximos anos.

A operação terá foco em áreas estratégicas, como transformação de negócios, IA e operações cognitivas, e oferecerá serviços de TI não só para clientes no Brasil, mas também em outros países.

As novas instalações em Londrina devem ficar prontas em dois anos e serão o principal centro de serviços da empresa na América do Sul, de acordo com a TCS.

Além do centro de Londrina, Rocha disse que a empresa está montando seu primeiro centro de inovação no Hemisfério Sul em parceria com o think tank paulista Insper.

Apesar desses investimentos, Rocha está preocupado com os efeitos da reforma tributária na indústria de TI e com o provável aumento de custos com o fim da desoneração da folha de pagamento.

“O Brasil tem talento, tem recursos. Não faz sentido onerar a exportação de serviços [de TI]. Minha única matéria-prima é gente”, ressaltou o executivo. “Não tem por que o Brasil ficar atrás do México, do Uruguai ou da Colômbia na exportação de serviços de TI.”

MÉXICO

O grupo indiano também aposta no México.

Um estudo recente da TCS revelou que os executivos mexicanos estão otimistas em relação aos impactos da IA, com 95% dos participantes relatando que têm algum tipo de projeto de IA em curso nas suas empresas.

Cerca de 76% deles acreditam que a tecnologia terá um impacto maior que os smartphones.

Devido à proximidade do México com os Estados Unidos e ao modelo de nearshoring que tem incentivado as empresas industriais a se estabelecerem no país, o México se tornou um país-chave para a TCS na América Latina, especialmente na frente industrial.

Em 2023, em parte impulsionadas pelo México, as receitas da empresa provenientes da manufatura na América Latina cresceram mais de 20% no comparativo anual, disse à BNamericas Subhanjan Ghosh, diretor de fabricação da TCS LatAm, em março.

Considerando todos os segmentos, as receitas da companhia na América Latina aumentaram 17,3% em 2023, o crescimento mais rápido entre todas as regiões em que a empresa atua, incluindo seu país natal, a Índia.