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Indústria celebra novos incentivos do governo para TIC, chipsets e datacenters

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Indústria celebra novos incentivos do governo para TIC, chipsets e datacenters

As linhas de crédito e os novos incentivos aprovados pelo governo federal para os segmentos de tecnologia, datacenters e semicondutores foram recebidos de forma positiva pela indústria, embora alguns detalhes ainda precisem ser esclarecidos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na quarta-feira (11) um novo programa de incentivos fiscais para TIC e uma nova política para semicondutores, denominada Brasil Semicon. 

O texto, aprovado em agosto pelo Senado, substitui a antiga política de semicondutores Padis e estende os incentivos até 2073, a partir de 31 de dezembro de 2026.

“A nova lei incentiva o planejamento de longo prazo, o que é importantíssimo. O setor de semicondutores é o segundo maior investidor em P&D e em capacidade de produção, atrás apenas de petróleo e gás, de energia. Mas é uma cadeia que exige planejamento de longo prazo", disse à BNamericas Rogério Nunes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi).

Ao lado da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a Abisemi participou ativamente das discussões com legisladores e o governo que levaram à nova política.

O governo estima que serão concedidos R$ 7 bilhões (US$ 1,24 bilhão) em créditos fiscais anuais para a cadeia de semicondutores e o setor de TIC. Os projetos abrangem painéis solares, smartphones, computadores pessoais e outros dispositivos diretamente associados à chamada Indústria 4.0.

O desenvolvimento e o financiamento dos recursos ficarão a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

DATACENTERS

O BNDES também lançou uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para projetos de datacenters.

Para iniciativas no Norte e Nordeste, a taxa de juros começa em 6,3%, enquanto para outras regiões a taxa inicial é de 8,5%.

A linha é composta por recursos do BNDES e do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), gerido pelo Ministério das Comunicações.

“Vemos com ótimos olhos a chegada de novos investimentos, seja via empresas como a Amazon ou do BNDES, cujo programa tem potencial para fomentar datacenters de ponta na região Nordeste”, afirmou Renan Alves, presidente da Associação Brasileira de Data Centers (ABDC), em entrevista à BNamericas.

Alves também vê potencial para operações focadas em IA na região.

"No Nordeste, há uma carência de infraestrutura de datacenters e ela pode ser uma região com grande potencial, principalmente pela conectividade [terrestre e subaquática] presente."

No entanto, a ABDC acredita que taxas de juros mais vantajosas deveriam ser estendidas a outras regiões do país, que também necessitam de um impulso em datacenters, como o Centro-Oeste ou mesmo o Sul.

A Elea Data Centers, grande empresa privada com diversos projetos de datacenters em todo o Brasil, elogiou a nova linha de crédito.

"Vejo o anúncio de forma muito positiva. O governo brasileiro pela primeira vez entendeu a importância dos datacenters para a economia. Você vai a Brasília, agora até mesmo a presidência da República entendeu a relevância dos datacenters, das infraestruturas de missão-crítica", apontou Alessandro Lombardi, CEO da Elea da Piemonte Holding, à BNamericas.

No momento, a Elea está bem financiada para investimentos de curto prazo após suas últimas captações de capital privado. No entanto, ela precisará de um aumento adicional de capital a médio prazo para continuar avançando com seus projetos, de acordo com o executivo. 

E a empresa “com certeza” pretende utilizar as linhas de crédito do BNDES, afirmou Lombardi.

“O trabalho que o Mercadante [presidente do BNDES] está fazendo é excepcional. Essa importância do setor ter chegado aos mais altos níveis de governo tem muito a ver com o papel do BNDES”, acrescentou.

Contudo, o executivo observou que ainda são necessários mais detalhes sobre os critérios e contrapartes exigidos para acessar as linhas de crédito. Entre esses requisitos está a necessidade de as empresas contratarem equipamentos e fornecedores locais para os projetos.

A partir do programa Buy American dos Estados Unidos, a utilização de contratos domésticos para fomentar indústrias locais está sendo implementada em todo o mundo.

No entanto, no caso do Brasil, segundo Lombardi, ainda será necessário enfrentar limitações na fabricação, gargalos na cadeia de suprimentos e desenvolver um ecossistema local de componentes para datacenters. 

“Este é o ponto de partida, não a linha de chegada.”

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