Mesmo com ameaça tarifária de Trump, Banco Central mexicano deve cortar juros

O Banco Central do México (Banxico) deve cortar sua taxa básica de juros pela quinta vez consecutiva na quinta-feira (6), apesar da ameaça do governo Donald Trump, nos EUA, de impor tarifas de 25% a produtos mexicanos.

Trump anunciou inicialmente que as tarifas entrariam em vigor no início deste mês, mas as suspendeu por um mês após um telefonema com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum.

A taxa de política atual é de 10%. Em uma pesquisa com economistas conduzida pelo Citi México, 17 entrevistados esperavam que o próximo corte fosse de 25 pontos-base, com 13 prevendo 50.

Na primeira quinzena de janeiro, a inflação geral no México desacelerou para uma taxa anual de 3,69%, seu menor nível desde a segunda quinzena de fevereiro de 2021. Gabriela Siller, diretora de estudos econômicos do Grupo Financiero Base, escreveu no X que essa redução aumenta a probabilidade de o Banxico cortar a taxa de juros em 50 pontos-base.

“Apesar da incerteza e especulação sobre como Trump irá proceder, acreditamos que o Banxico não mudou sua perspectiva sobre o que irá anunciar. Estamos pensando que haverá um corte na taxa de juros, até mesmo a possibilidade de que seja de 50 pontos-base”, disse à BNamericas James Salazar, vice-diretor de análise econômica do CI Banco.

“Os números atuais da inflação e as expectativas justificam que se possa ousar fazer um corte maior”, acrescentou.

Segundo a pesquisa do Citi, a média esperada da taxa básica para o final de 2025 permaneceu inalterada em 8,50%, com estimativas variando de 7,50% a 9,0%. A previsão média de 2026 permaneceu em 7,50%, com estimativas variando de 6,0% a 8,75%.