Argentina e Brasil
Análise

Milei não deve atrapalhar negócios entre Argentina e Brasil

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Milei não deve atrapalhar negócios entre Argentina e Brasil

As tensões políticas entre Brasil e Argentina deverão crescer depois de Javier Milei, um libertário de extrema-direita, ter vencido as eleições presidenciais de domingo. No entanto, os negócios entre os dois parceiros comerciais devem ser menos afetados.

Milei já havia atacado o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que por sua vez conseguiu parabenizar o presidente eleito da Argentina em um tweet sem mencionar seu nome.

“As relações entre Brasil e Argentina têm uma longa história, tanto em termos de comércio quanto de investimentos. O fato de termos presidentes com visões políticas antagônicas tornará fria a relação política entre os países, mas pouco mudará nas relações comerciais”, afirmou à BNamericas Welber Barral, sócio fundador da BMJ Consultores Associados e ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil.

A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois da China e dos EUA.

“Se pensarmos pelo lado pragmático, o fato de Milei ser a favor do liberalismo econômico pode ajudar a fomentar ainda mais o comércio e os negócios entre os dois países, mesmo com as diferenças políticas entre o agora eleito presidente da Argentina e o atual presidente do Brasil”, acrescentou.

Barral chegou a Buenos Aires em outubro e ficará mais algumas semanas para assessorar os clientes sobre as mudanças que Milei anunciará após assumir o cargo em 10 de dezembro.

“Neste momento, as empresas do Brasil e de outros países que fazem negócios na Argentina querem entender qual será realmente o programa econômico do novo governo para tomarem suas decisões de investimento”, afirmou Barral.

Na campanha, Milei prometeu deixar o Mercosul, o que causaria o colapso das negociações com a UE.

“O Mercosul não vai acabar, mesmo que Milei queira. Porque um bloco comercial envolve forças políticas e empresariais estabelecidas há anos. Além disso, nenhum país pode substituir as relações comerciais com países no curto e médio prazo e a Argentina não pode abrir mão do comércio que tem com o Brasil e com a China”, comentou José Augusto de Castro, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), à BNamericas.

“No entanto, em relação aos novos acordos, que ainda estão sendo negociados pelo Mercosul, como o acordo com a União Europeia, ter um presidente na Argentina que não tem boa vontade com o Mercosul cria mais um obstáculo a conclusão do acordo comercial”, complementou.

A relação bilateral de ambos os países atingiu um ponto baixo durante o mandato de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022, que evitou contacto direto com o seu homólogo argentino, Alberto Fernández, devido a diferenças ideológicas. As tensões só diminuíram depois que Lula realizou uma aproximação ao assumir o cargo, em janeiro deste ano.

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