New Fortress Energy espera aumento na demanda por GNL no Brasil

A New Fortress Energy (NFE) espera um aumento na demanda por gás natural liquefeito (GNL) no Brasil nos próximos anos, impulsionado pelo setor industrial e pelo uso das termelétricas no país.

“Parte dessa demanda será suprida pela NFE, que contará com projetos que somam 2,2 GW de capacidade, com previsão de início das operações para os próximos dois anos”, informou à BNamericas a assessoria de imprensa da empresa.

A NFE tem terminais de GNL em Barcarena, no Pará, e em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, ambos com capacidade para regaseificar 15 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia).

No estado do Pará, o terminal atende a refinaria de alumina Alunorte, da Norsk Hydro, e começará a fornecer gás em 2025 para a termelétrica Novo Tempo Barcarena (630 MW), da NFE, cuja construção está 80% concluída.

O terminal de Santa Catarina atende consumidores residenciais e industriais locais, como fabricantes de cerâmica. A NFE também tem um contrato com a Transportadora Bolívia Brasil (TBG) para abastecer usinas termelétricas na região.

Os 2,2 GW em projetos incluem o projeto térmico de Barcarena e um contrato de compra de energia (PPA) de 1,6 GW adquirido da Portocém em dezembro de 2023, que será transferido para novos ativos conectados aos terminais de GNL da empresa no país.

NOVAS AUTORIZAÇÕES

Na última segunda-feira (11), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou a subsidiária da NFE, NFE Power Distribuidora de Gás Natural, a importar até 1,7 MMm³ por ano de GNL de “diversos países” para atender estados nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste do país.

O transporte será feito por via rodoviária e os pontos de entrega serão em Santa Catarina e no Pará, próximos aos terminais de GNL da NFE.

A NFE esclareceu que a autorização concedida pela agência reguladora é voltada para a operação de sua subsidiária de pequena escala e, portanto, trata-se de um volume menor.

“Esse é apenas um entre vários pedidos de autorização que estão em curso junto aos órgãos competentes”, apontou a assessoria de imprensa da empresa à BNamericas.

Enquanto isso, a Shell Energy do Brasil recebeu aprovação para importar até 8 MMm³/d de gás natural da Argentina e da Bolívia para fornecimento a consumidores livres e concessionárias de distribuição de gás canalizado.

O transporte será feito pelo Gasbol (Bolívia-Brasil) e os pontos de entrega serão Corumbá e Mutum, no Mato Grosso do Sul.

A Shell não quis comentar o assunto.

Ambas as autorizações são válidas por dois anos.

CONTEXTO

As importações de gás natural do Brasil neste ano já superaram os volumes importados em 2023, segundo dados do governo federal.

O aumento nas importações do combustível é consequência de uma grave seca que o país enfrentou durante a maior parte de 2024.

A atual capacidade nacional de regaseificação de GNL é de aproximadamente 125 MMm³/d, considerando os terminais do Pará, Sergipe, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.