Noboa e González seguem empatados na disputa pela presidência do Equador
Daniel Noboa entregou a presidência do Equador à secretária de administração pública e vice-presidente interina, Cyntia Gelliber, até 19 de janeiro, permitindo-lhe assim cumprir sua obrigação de participar do debate presidencial organizado pelas autoridades eleitorais na noite de domingo.
No decreto executivo que formaliza a transferência temporária do poder para Gelliber, Noboa explicou que busca separar os períodos em que exerce as funções de presidente daqueles em que está temporariamente ausente para fazer campanha antes das eleições de 9 de fevereiro.
A ação acontece poucos dias após uma queixa de supostas violações eleitorais ter sido apresentada contra Noboa por Jorge Escala, candidato presidencial pelo movimento político Unidad Popular, e Geovanni Atarihuana, diretor do mesmo grupo político. A queixa foi aceita para análise na quinta-feira (16).
Os reclamantes argumentam que, como servidor público, Noboa está legalmente proibido de usar recursos e bens do Estado em uma campanha eleitoral, e não pode participar da inauguração de projetos financiados com dinheiro público.
Eles alegam ainda que Noboa cometeu uma violação grave em 5 de janeiro – início oficial da campanha – ao aparecer na sacada presidencial para cumprimentar apoiadores carregando bandeiras e vestindo camisetas com o logotipo do partido político governista ADN. A reunião na praça em frente ao palácio do governo em Quito foi descrita como um ato de proselitismo político.
Até agora, o atual presidente enfrentou quatro queixas por supostas violações eleitorais relacionadas à sua falha em tirar licença formal de campanha, uma das quais já foi rejeitada.
À medida que a campanha eleitoral avança, Noboa e Luisa González, a candidata apoiada pelo ex-presidente de esquerda Rafael Correa, continuam na liderança em uma disputa acirrada, bem à frente dos outros 14 candidatos.
Noboa, que assumiu o cargo em novembro de 2023 para completar o mandato do presidente Guillermo Lasso, que havia dissolvido a Assembleia Nacional e convocado eleições antecipadas, lidera atualmente as pesquisas com 36%, seguido de perto por González, com 33%, de acordo com uma pesquisa divulgada na quarta-feira (15) pelo instituto de pesquisas Comunicaliza.
Leonidas Iza, presidente da maior organização indígena do país, a Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador), está em terceiro lugar, com apenas 3% das intenções de voto. Os outros candidatos estão nas pesquisas entre 0,1% e 0,5%, ressaltando a visão de especialistas de que há muito pouca possibilidade de um outsider emergir para ultrapassar qualquer um dos dois favoritos.
A pesquisa da Comunicaliza indica que cerca de 55% dos entrevistados têm uma visão positiva de Noboa, enquanto 44% têm uma opinião positiva de González.
O debate presidencial de domingo é visto como um evento crítico, particularmente à luz dos resultados da eleição de 2023, na qual Noboa se saiu vitorioso. Observadores lembram que o debate deu a Noboa um impulso crítico, já que ele inicialmente não estava entre os favoritos. No entanto, o assassinato do candidato anticorrupção Fernando Villavicencio também desempenhou um papel decisivo no resultado da eleição.
O debate de 19 de janeiro será dividido em duas rodadas, cada uma com duração de uma hora e meia, com oito candidatos participando de cada rodada. Noboa falará na primeira rodada, enquanto González participará da segunda.
Para vencer no primeiro turno da eleição, um candidato deve garantir a maioria absoluta dos votos válidos ou pelo menos 40% dos votos válidos com uma margem de 10 pontos percentuais à frente do candidato em segundo lugar. Se um segundo turno for necessário, ele será realizado em 13 de abril.
Aproximadamente 14 milhões de equatorianos estão aptos a votar nas eleições, que também determinarão a composição da Assembleia Nacional, com mais de 150 membros a serem eleitos.
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