Noruega e Brasil firmam parceria para descarbonização marítima

A Noruega está confiante em expandir parcerias com o Brasil para descarbonizar atividades econômicas marítimas, incluindo exploração e produção (E&P) de petróleo e gás offshore, revelou o embaixador do país em Brasília, Odd Magne Ruud, à BNamericas.

No final de fevereiro, Ruud e o ministro de Portos e Aeroportos do Brasil, Silvio Costa Filho, assinaram um memorando de entendimento para impulsionar o transporte marítimo sustentável, contribuindo para atingir as metas climáticas internacionais. O objetivo da colaboração é estabelecer um corredor marítimo entre o Brasil e a Noruega para navios que utilizem tecnologia avançada e combustíveis de baixo ou zero carbono, reduzindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa.

O piloto envolverá parceiros importantes da indústria e institutos de pesquisa de ambos os lados do Atlântico para identificar rotas e portos estratégicos, além de desenvolver e viabilizar o uso de combustíveis de emissão zero.

A Noruega e o Brasil planejam apresentar uma ou mais opções de corredores transatlânticos sustentáveis na cúpula climática COP30, que acontecerá em Belém de 10 a 21 de novembro.

Segundo Ruud, os biocombustíveis produzidos no Brasil estão entre as possíveis soluções para descarbonizar as operações marítimas.

“Estamos agora no início desta parceria, então é um pouco cedo para indicar qual seria a melhor opção/as melhores opções. Vamos descobrindo mais para a frente, com o desenvolvimento da parceria, das pesquisas etc.”, disse o embaixador.

Ele acrescentou que, em termos offshore, a Noruega fez progressos significativos na redução de emissões marítimas, começando com o uso de gás natural liquefeito (GNL) para embarcações de apoio (PSVs). “Isso ajudou o país a atingir um dos níveis mais baixos de emissão na produção de petróleo em todo o mundo”, disse Ruud.

A Noruega também está explorando motores e células de combustível movidos a amônia, com testes planejados para 2026, e estuda o uso de energia eólica offshore para recarregar embarcações elétricas.

“Acreditamos que as empresas norueguesas estejam buscando oportunidades no Brasil para colaborar na redução das emissões de embarcações de apoio, plataformas de perfuração e plataformas de produção. Essa parceria poderia beneficiar ambos os países na consecução de seus objetivos de sustentabilidade”, acrescentou.

CONTEXTO

As empresas norueguesas ativas no setor offshore do Brasil incluem as produtoras de petróleo e gás Equinor e BWE, os proprietários de embarcações offshore Solstad e DOF, e o fornecedor de equipamentos submarinos Aker Solutions.

Outro destaque é a DNV (Det Norske Veritas), uma das maiores sociedades classificadoras de navios e plataformas de petróleo do mundo. No Brasil, ela tem escritórios em diversas cidades, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo, atuando nos setores de transporte marítimo, petróleo e gás e outros.

A Noruega está entre os principais doadores do Fundo Amazônia, uma das várias iniciativas que o Brasil está implementando com atores internacionais para combater as mudanças climáticas.

O país nórdico está mirando mercados como captura e armazenamento de carbono (CCS), que está nos planos da Petrobras, por exemplo.