O que esperar do setor de energia elétrica do Chile em 2022

O próximo ano permitirá que o Chile consolide ganhos consideráveis na transição energética enquanto se prepara para enfrentar metas de longo prazo muito mais ambiciosas para limitar as emissões e limpar sua rede elétrica.

Uma nova meta de atingir 80% da geração renovável na matriz até 2030 e uma rede elétrica com 100% de emissões zero até 2050 exigirá que o país aumente significativamente o ritmo de suas fontes de energia renovável não convencional (NCRE) na próxima década .

Em 2021, a geração solar cresceu 40,1% para 8.157 GWh até outubro em relação ao mesmo período do ano passado.

No mesmo período, a geração eólica cresceu 28,8%, para 5.722 GWh, e atingiu 793 GWh em outubro, de acordo com relatório do coordenador da rede CEN . Juntas, as duas fontes representaram 25% da geração de energia do Chile em 2021, atingindo 31,8% em setembro e 29,6% em outubro.

O país também espera adicionar 2.768 MW de nova capacidade nos próximos meses, que se encontra em fase de testes, dos quais a grande maioria (92,6%) será composta por novos geradores eólicos e solares, segundo o CEN.

Em outubro, o Chile tinha adicionado 3.608 MW de capacidade NCRE em comparação com 1.456 MW em todo o ano de 2020 (ver gráfico abaixo). A adição de 2.274 MW de capacidade solar e 1.263 MW de vento sinaliza a dramática aceleração no crescimento das energias renováveis que o país experimentou recentemente.

BNamericas com dados do CNE. A última coluna mostra uma previsão da CNE para todo o ano de 2021

De acordo com a comissão de energia CNE , cerca de 1,5 GW de nova capacidade NCRE estão programados para entrar em operação em 2022. Dos novos projetos, 75% são solares, 20% eólicos e o restante de biomassa e hidroelétricas de pequena escala. Esse pipeline tende a crescer à medida que o ano avança e novos projetos programam seu início de operação estimado.

O serviço de avaliação ambiental do Chile SEA também está considerando um adicional de 6.763 MW de capacidade solar e 4.118 MW de capacidade eólica. Este ano o país aprovou novos projetos renováveis totalizando 9,4 GW.

Outros aspectos importantes a serem observados no setor no próximo ano incluem o desenvolvimento do mercado de armazenamento de energia do país e seu esforço para se tornar um exportador de hidrogênio verde a partir de 2030.

Com relação ao hidrogênio, a rodada de financiamento de US $ 50 milhões do país para projetos-piloto privados deve ser concedida no próximo ano pela agência de desenvolvimento Corfo . A agência recebeu 10 licitações no início deste ano para projetos com capacidade de eletrólise de 20 MW em média. A rodada também deve ajudar as autoridades a testar as águas para a futura regulamentação do desenvolvimento do hidrogênio.

Um projeto, a planta de produção de metanol limpo e gasolina Haru Oni , de US $ 51 milhões, foi inaugurada na região do extremo sul de Magallanes no início deste ano, com início de operação previsto para 2022. A planta tem potencial para expandir de 3,4 MW iniciais de capacidade de geração eólica para 280MW e depois 2.500MW na última etapa, visando a produção em escala industrial.

O Chile se comprometeu a cobrir 70% das necessidades de energia não relacionadas à eletricidade com combustíveis com emissões zero, como o hidrogênio verde, até 2050.

Outra tendência a ser observada em 2022 é a do armazenamento de energia. De acordo com a última contagem do grupo comercial de energias renováveis Acera , há 685 MW de capacidade de bateria em desenvolvimento no Chile, com 113 MW já em construção.

A capacidade de armazenamento é fundamental para permitir que o sistema de energia do Chile funcione principalmente com fontes de energia variáveis, como eólica e solar, enquanto mantém a estabilidade do sistema e a qualidade do serviço. O ministério da energia disse que o Chile precisa adicionar 2.000 MW de capacidade de armazenamento de energia a cada 10 anos até 2050, incluindo armazenamento de bateria, para atender às demandas de uma rede elétrica dependente de fontes renováveis.

A base de dados do BNamericas mostra que já existem 36 projetos de grande porte no Chile com componente de armazenamento de energia em algum estágio de desenvolvimento, dos 129 em toda a América Latina. Em termos de projetos de obras iniciais, o Chile tem quase a metade, 32 de 71 na região.