Os 4 candidatos à base de banda larga de fibra da Oi
Faltando menos de duas semanas para a conclusão do processo competitivo, a disputa pela base de clientes de fibra da Oi se restringiu a um punhado de empresas apoiadas por fundos locais ou investidores tradicionais no mercado de telecomunicações.
A Oi havia anunciado que a licitação da ClientCo, sua empresa de base de clientes de fibra, será realizada no dia 17 de julho. O certame será realizado de forma eletrônica e faz parte do segundo processo de recuperação judicial da empresa.
Há rumores de que os ISPs Vero e Brasil TecPar formalizaram sua participação no processo. Apoiada pela Vinci Partners, a Vero se fundiu no ano passado com a Americanet para criar um dos maiores provedores de internet de fibra do Brasil.
Fundada em 2009, a Vinci Partners está focada em investimentos alternativos, com R$ 69 bilhões (US$ 12,5 bi) em ativos sob gestão. O grupo criou a Vero a partir da aquisição e combinação de vários provedores de internet menores no Brasil.
A Brasil TecPar, por sua vez, vinha negociando a entrada de um investidor estratégico ou uma combinação de negócios com outra operadora – no modelo Vero-Americanet –, mas até o momento não possui nenhum grande fundo que a apoie.
Pelo regulamento da licitação, a V.tal – rede de fibra neutra controlada por fundos vinculados ao BTG Pactual, na qual a Oi tem participação – poderá concorrer na segunda rodada.
Uma quarta concorrente é a Ligga, que conseguiu esta semana aderir ao processo após decisão judicial, mesmo tendo decorrido o prazo para inscrição. A Ligga tem por trás o investidor brasileiro de telecomunicações Nelson Tanure e estava negociando um processo separado de fusões e aquisições com a V.tal, conforme relatado em primeira mão pela BNamericas.
A BNamericas também apurou que Vero e Ligga são os que têm maior apetite pelos riscos do negócio, embora um executivo do mercado financeiro com conhecimento do processo tenha dito que tudo pode acontecer.
“Eu não descartaria nenhuma reviravolta, novos participantes tardios ou qualquer outra mudança neste processo”, disse a fonte, pedindo anonimato.
A Oi espera receber R$ 7,3 bilhões pela ClientCo, que inclui a base de clientes e os equipamentos de fibra associados nas instalações dos clientes, entre outros ativos.
A InfraCo – backbone nacional de fibra da Oi, ou core de rede de transporte de fibra – já havia sido parcialmente vendida durante o primeiro processo de recuperação judicial da empresa para a criação da V.tal.
Fala-se no mercado que o valor da ClientCo poderia ser menor, dada a desvalorização dos ativos da Oi, a falta de investimentos substanciais no negócio e, principalmente, a perda de seus clientes.
A Oi encerrou maio com 4,35 milhões de clientes de banda larga de fibra – queda de 0,5% em relação ao ano anterior.
TELEFONIA FIXA
A Oi, enquanto isso, obteve uma decisão judicial importante.
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou por unanimidade a proposta de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em relação à deficitária concessão de telefonia fixa da Oi.
Essencialmente, a decisão do TCU aproxima a Oi da rescisão amigável dos seus contratos de concessão de telefonia fixa e da transição para o modelo de autorização. Espera-se que esta mudança permita à Oi reduzir os custos regulatórios associados à concessão.
A migração, no entanto, também envolve a assunção de certas obrigações mínimas e adicionais descritas no acordo.
A Oi terá que pagar pelo menos R$ 5,8 bilhões ao governo para se desfazer da concessão. O valor corresponde aos chamados bens reversíveis – aqueles recebidos no momento da privatização como parte da outorga da concessão.
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