
Pior crise energética do Equador já afeta a economia do país

A crise energética do Equador está impactando gravemente a economia do país e pode ter repercussões políticas.
Associações industriais estimam que o custo dos apagões, que começaram em 23 de setembro, era de pelo menos US$ 2 bilhões até a metade de outubro, mas o valor aumenta a cada dia.
A pior crise energética da história do Equador obrigou o governo a distribuir energia por apenas 10 horas por dia, a maior parte durante a noite.
Com uma disponibilidade de geração atual de 2.700-3.200 MW, o país não consegue cobrir cerca de 30% da demanda.
As hidrelétricas costumam ter capacidade de 5.200 MW, mas a pior seca dos últimos 61 anos provocou uma queda histórica na vazão dos rios que abastecem as usinas, que atualmente geram apenas entre 1.500 MW e 2.000 MW.
A capacidade térmica disponível de cerca de 1.200 MW, incluindo 100 MW contratados recentemente de uma barcaça da empresa turca Karpowership, não é suficiente para cobrir o déficit.
No mês passado, o Banco Mundial projetou um crescimento econômico de 0,3% para o Equador no ano, mas agora a previsão é de contração.
As projeções dos economistas locais apontam para um quarto trimestre muito complicado devido aos cortes de energia, o que afetará o crescimento anual à medida que o consumo e o emprego diminuem.
Este ano, a queda no consumo pode ficar em torno de 5%. A essa redução, somam-se outras incertezas, por isso, o PIB pode acabar com uma queda de 1%, disse à BNamericas o ex-ministro de Economia e Finanças Fausto Ortiz.
“As contas do fim do ano vão se acumular”, alertou Ortiz.
Se o presidente Daniel Noboa não conseguir resolver a crise em breve, suas chances de conseguir a reeleição em fevereiro podem diminuir.
Em uma entrevista recente, Noboa afirmou que, se tudo correr conforme o planejado, e com as ações realizadas pelo governo para reforçar a geração térmica no país, o problema deverá ser resolvido em dezembro. O presidente esclareceu, porém, que essa é uma possibilidade.
“Quando a população está em um momento negativo, pune a autoridade, não só o Executivo, mas os governos locais e a classe política em geral. Se o presidente conseguir reduzir os cortes em dezembro, isso dará um certo grau de confiança. Se não, vai acabar tendo grandes prejuízos eleitorais, porque já criou expectativas. O quanto a crise energética o afetará, do ponto de vista eleitoral, depende da solução encontrada”, disse à BNamericas Santiago Nieto, diretor da consultoria política Informe Confidencial.
Em novembro, a incorporação de 141 MW deve aliviar o déficit, graças à compra de geradores que serão instalados nas localidades de Esmeraldas, El Salitral e Quevedo. Os contratos já foram assinados, mas os fornecedores estão tendo problemas para transportar os equipamentos.
Para dezembro está prevista a adição de 50 MW, aos quais se somarão 69 MW de projetos abandonados nos quais o governo investiu US$ 350 milhões.
A crise foi agravada pelas decisões de redução do racionamento de energia elétrica.
“As decisões de reduzir os cortes foram políticas, não técnicas. Elas tiveram um efeito absolutamente contraproducente, gerando uma situação mais crítica. Se esse tipo de decisão continuar sendo tomada, a crise vai piorar ainda mais”, avaliou Hugo Arcos, professor da Escola Politécnica Nacional do Equador, em bate-papo com a BNamericas.
“Se as recomendações técnicas forem seguidas, podemos pelo menos manter o estado operacional do sistema hidrelétrico. Se a vazão melhorar, teremos uma melhoria operacional. Somente quando a nova geração térmica entrar no país e as máquinas estiverem gerando, não planejadas ou projetadas, poderemos pensar em reduzir a magnitude dos cortes de eletricidade”, disse Arcos, que também é consultor de energia elétrica.
Nesse cenário, os cortes ainda durariam entre 8 e 10 horas por dia, segundo Arcos.
Embora nos últimos dias tenha chovido na região onde está localizada a principal hidrelétrica do país, o complexo Coca Codo Sinclair, de 1.500 MW, é difícil prever se as chuvas continuarão, já que as mudanças climáticas impedem a realização de previsões precisas.
Além disso, a maioria das centrais hidrelétricas e a maior capacidade de geração ficam na região leste do país, que, em condições médias e segundo registros históricos, é afetada pela estação seca entre outubro e março.
“Se a estação seca continuar até março, será difícil realizar as ações necessárias para cobrir o déficit, embora ele possa ser mitigado, dependendo do número de termelétricas instaladas e se a Colômbia concordar em nos vender energia”, destacou à BNamericas o consultor Ricardo Buitrón.
Noboa está negociando com autoridades do governo de Gustavo Petro para obter cerca de 400 MW do país vizinho, embora as negociações sejam difíceis devido à seca que a Colômbia também enfrenta.
Um déficit fiscal de cerca de US$ 4,5 bilhões agravará a situação no próximo ano, ainda mais se as condições meteorológicas não melhorarem.
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