Por que desacelerou o crescimento da energia eólica na Colômbia

A Colômbia está prestes a expandir sua capacidade de energia eólica, à medida que os desenvolvedores buscam avançar com 74 projetos, totalizando 13.583 MW.

Contudo, o progresso tem sido questionado pelas comunidades nos locais dos projetos e por obstáculos burocráticos em La Guajira, departamento no qual as condições para a geração de energia eólica são consideradas entre as melhores do mundo, de acordo com o mais recente Relatório de Inteligência da BNamericas.

Estes obstáculos afetam, em particular, a infraestrutura associada de transmissão de energia.

Um exemplo é o projeto Colectora, do Grupo Energía Bogotá (GEB), previsto para transportar quase 3 GW de capacidade eólica e solar em La Guajira para a rede nacional. A empresa teve que realizar consultas individuais com mais de 200 comunidades apenas para solicitar uma licença ambiental.

Um dos muitos empreendimentos eólicos que aguardam a conclusão da linha Colectora é o complexo Jemeiwaa Ka'I, da AES Colombia, originalmente previsto para entrar em operação em 2022.

Mauricio Posada, gerente de desenvolvimento da AES Colômbia, disse à BNamericas que a última previsão para o início das operações em Jemeiwaa Ka'I era 2026 ou 2027, na melhor das hipóteses.

Em resposta aos atrasos, o Ministério do Meio Ambiente tentou simplificar os processos de licenciamento, transferindo a responsabilidade por projetos de maior dimensão para a Autoridade Nacional de Licenciamento Ambiental (ANLA), em vez de órgãos regionais.

No entanto, permanecem dúvidas sobre o futuro de muitas iniciativas eólicas, à medida crescem os apelos por uma reforma regulatória. Apesar destas preocupações – ou talvez por causa delas –, o governo prepara um leilão de áreas de concessão para projetos eólicos offshore, esperando que os contratos de arrendamento sejam assinados no próximo ano.

A espanhola BlueFloat lidera os esforços offshore, com até US$ 3 bilhões em investimentos planejados para a próxima década.