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Por que é improvável que a produção da Petrobras cresça significativamente no curto prazo

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Por que é improvável que a produção da Petrobras cresça significativamente no curto prazo

É improvável que a Petrobras aumente significativamente sua produção de petróleo e gás no curto prazo, disse à BNamericas o coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rodrigo Leão.

A estatal de petróleo tem cinco novos FPSOs programados para entrar em operação este ano e no próximo: P-71, no campo de Itapu (possivelmente em dezembro), Almirante Barroso (Búzios), Sepetiba (Mero), além de Anita Garibaldi e Anna Nery (ambos em Marlim) em 2023.

A capacidade de produção das plataformas varia entre 150 e 180 mil barris por dia de óleo e entre 4 e 12 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.

No entanto, o crescimento da produção da empresa dependerá do ritmo de ramp-up dos novos FPSOs, combinado com o declínio de seus campos do pós-sal.

“Acredito que a Petrobras ainda pode passar por um período de estabilização, talvez com alguma vantagem, embora isso seja improvável”, disse Leão.

No terceiro trimestre, a empresa produziu 2,64 MMboe/d (milhões de barris de óleo equivalente por dia), uma queda de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado e praticamente em linha com o volume extraído no trimestre anterior (2,633 MMboe/d).

Divulgados nesta segunda-feira (24), os resultados trimestrais da Petrobras refletem o impacto da redução de sua participação nos campos de Atapu e Sépia e a paralisação para descomissionamento e desmobilização do FPSO Capixaba, no campo de Jubarte.

Esses efeitos foram parcialmente compensados pela continuidade do ramp-up do FPSO Guanabara (campo de Mero), pela alta produção da P-68 (campos de Berbigão e Sururu) e menores perdas com manutenções e intervenções.

“Com o bom desempenho do trimestre, aliado a nossas previsões de ramp-ups e entradas de novos poços para o quarto trimestre de 2022, reafirmamos a expectativa de atingir o nosso guidance de produção para 2022, de 2,6 MMboe/d, com variação de 4% para mais ou para menos”, disse a Petrobras em um comunicado.

O plano de negócios atual da empresa (2022-26) prevê uma produção média anual de 2,7 MMboe/d (com variação de 4%, para cima ou para baixo) em 2022. Até 2026, a meta é chegar a 3,2 MMboe/d.

A curva de produção da Petrobras tem sido impactada nos últimos anos não apenas pelo declínio natural de seus reservatórios maduros de hidrocarbonetos, que estão em sua maioria localizados na bacia de Campos, mas também por seus desinvestimentos focados principalmente em ativos de águas rasas.

No terceiro trimestre, 73% da produção da empresa foi proveniente dos campos do pré-sal, totalizando 1,94 MMboe/d.

“Em relação à produção no pós-sal, a tendência é que, após a Petrobras encerrar a comercialização de campos maduros, haja uma recuperação da produção nessas áreas”, explicou Leão.

Dos 14 FPSOs programados para entrar em operação até 2026, quatro serão instalados nos campos do pós-sal: Anita Garibaldi e Anna Nery, que fazem parte do programa de revitalização do campo de Marlim, Maria Quitéria (Parque das Baleias) e P-81 (Sergipe águas profundas).

Enquanto isso, a Petrobras está licitando o FPSO para o projeto de revitalização do campo de Albacora, em Campos.

Fabrício Gonçalvez, diretor-presidente da Box Asset Management, afirmou que os dados divulgados pela Petrobras, mesmo com produção menor em relação ao índice anual, estão em linha com as expectativas do mercado e com a orientação da empresa.

“A estatal está conseguindo reduzir suas perdas com reparos e intervenções, juntamente com ramp-ups e entrada de novos poços previstos para o quarto trimestre de 2022, com expectativa de atingir o guidance de produção para 2022, de 2,6 MMboe/d”, disse ele à BNamericas.

DOWNSTREAM

As vendas de derivados de petróleo da Petrobras no terceiro trimestre de 2022 foram 4,7% superiores ao trimestre anterior, com aumento para todos os produtos, principalmente diesel e gasolina.

O aumento do mercado de diesel deveu-se à sazonalidade do consumo, enquanto o crescimento da gasolina deveu-se à queda do preço médio ao consumidor.

“O aumento de 4,7% nas vendas de derivativos não será suficiente para compensar a redução dos preços da gasolina e do etanol no terceiro trimestre de 2022, e é este impacto que causa alguma preocupação”, disse à BNamericas Flávio Conde, diretor de renda variável da Levante Ideias de Investimentos.

Com o segundo turno presidencial no domingo, o governo de Jair Bolsonaro congelou os preços dos combustíveis para evitar impactos eleitorais negativos, sujeitando a Petrobras a perdas nas vendas de derivados de petróleo em meio aos altos preços internacionais, enquanto o dólar permanece acima de 5 reais.

A produção de derivativos da companhia caiu 1,2% sequencialmente no terceiro trimestre de 2022 devido às paradas programadas, com maior impacto no diesel, querosene de aviação e nafta.

As vendas e a produção foram menores que no terceiro trimestre de 2021, principalmente devido à privatização da refinaria RLAM, atualmente operada pela Acelen (Mubadala) sob o nome de Mataripe.

GASLUB

A Petrobras planeja agora iniciar as operações de sua nova unidade de processamento de gás natural no polo Gaslub, em Itaboraí, em 2024.

Concebida para aumentar a oferta de gás do pré-sal ao mercado brasileiro, a unidade estava prevista para entrar em operação este ano, mas o projeto foi adiado após a desmobilização da força de trabalho da empresa de propósito específico Kerui-Método, responsável pelas obras.

As demais obras estão sendo licitadas pela Petrobras.

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