
Por que o Chile não se abala com as possíveis tarifas dos EUA sobre o cobre

Uma investigação do governo norte-americano sobre importações de cobre e possíveis tarifas elevou os preços futuros, mas o Chile – maior produtor mundial – continua inabalável com a sugestão.
Se tarifas de importação forem implementadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, isso terá consequências negativas para sua própria economia, enquanto o Chile simplesmente redirecionaria as remessas para outros mercados, dada a escassez global do metal e o déficit previsto para os próximos anos, segundo especialistas.
O presidente norte-americano ordenou uma investigação sobre a crescente dependência dos EUA das importações de cobre e seus derivados do Chile e de outros países, visando avaliar como a situação afeta a segurança nacional e a estabilidade econômica.
Os resultados da investigação, que serão divulgados em novembro, visam dar suporte à implementação de medidas comerciais para proteger a indústria norte-americana de cobre das importações de “cobre bruto extraído, concentrados de cobre, cobre refinado, ligas de cobre, sucata de cobre e outros derivados”, segundo ordem executiva divulgada pela Casa Branca.
Um grupo de trabalho composto por profissionais da Subsecretaria de Relações Econômicas Internacionais (Subrei) e do Ministério da Fazenda do Chile vem analisando os potenciais impactos da medida proposta por Trump desde o mês passado.
No entanto, em entrevista à BNamericas, Marcos Lima, ex-CEO da estatal chilena de cobre Codelco e agora sócio da consultoria CIS, disse não acreditar que a medida prejudicaria a competitividade do cobre chileno no mercado internacional.
“A única coisa que vai acontecer é que o preço do cobre nos EUA vai subir. Além disso, é impossível para esse país aumentar seus níveis de produção da noite para o dia”, afirmou. Aplicar tal medida como parte de políticas protecionistas para impulsionar a produção doméstica de cobre não seria benéfico para os EUA, principalmente do ponto de vista econômico. Além disso, a produção de cobre nos EUA vem diminuindo nos últimos anos, e seu sistema de licenciamento segue sendo um obstáculo significativo para acelerar projetos de mineração.
No ano passado, a produção de cobre dos EUA apresentou uma queda de 3% no interanual, na sequência de outra baixa em 2023 – em 2023, de acordo com dados do US Geological Survey. O país não teria “capacidade para produzir o cobre que sua economia requer, ou seja, o adicional de 700.000 toneladas que importa. Em outras palavras, as exportações para os EUA não competem com a produção local”, comentou em nota Sergio Hernández, diretor da Associação de Fornecedores Industriais da Mineração do Chile (Aprimin).
Trump alega que os EUA enfrentaram dumping devido ao influxo de cobre estrangeiro no mercado doméstico, afetando a produção local. No entanto, Hernández enfatiza que os preços do cobre são determinados pelo mercado, particularmente pela London Metal Exchange.
Além disso, o Chile é protegido por acordos comerciais com os EUA. No ano passado, o país exportou aproximadamente 606.300 toneladas de cobre refinado para os EUA, totalizando US$ 5,6 bilhões – tudo sem tarifas, segundo o acordo bilateral de livre comércio entre os países.
Enquanto os EUA produziram 1,1 Mt (milhão de toneladas) de cobre minerado no ano passado, o Chile produziu 5,5 Mt.
A Comissão Chilena do Cobre (Cochilco) projeta que a participação do Chile no mercado global de cobre aumentará de 23,6% em 2024 para 27,3% em 2034, impulsionada por novos projetos e pela expansão das operações existentes.
A medida proposta por Trump expandiria, portanto, os custos de produção para os fabricantes de cobre dos EUA, tornando ainda mais difícil aumentar o fornecimento de um mineral classificado como crítico devido ao seu papel essencial em setores estratégicos como energia solar, aviação, veículos, transporte, equipamentos militares, tecnologia, inteligência artificial, semicondutores e condutividade elétrica.
O aumento de tarifas sobre o cobre chileno não só careceria de autorização regulatória como também não ofereceria nenhuma vantagem econômica ou estratégica.
Somente no setor de energia limpa, a demanda global por cobre deverá aumentar em pelo menos 50% até 2050, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
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