Por que o mercado brasileiro de energia solar flutuante deve crescer

O mercado brasileiro de usinas solares flutuantes deve crescer significativamente, ajudado pela segurança jurídica estabelecida como parte da estrutura de geração distribuída (GD).

Já existem quase 2,5 GW de projetos com solicitações de acesso feitas a distribuidoras de energia, explicou à BNamericas Orestes Gonçalves, sócio-gerente da F2B, empresa local especializada em projetos deste tipo. Por trás dos projetos estão empresas dos setores de geração hidrelétrica, mineração, saneamento básico e agronegócio, entre outros.

O marco legal da GD foi aprovado em 2022 e estabelece que as usinas flutuantes podem ser de qualquer tamanho para vender energia, enquanto a GD convencional é limitada a 5 MW.

“A lei foi fundamental para aumentar a atratividade das usinas solares flutuantes, atraindo investidores e levando a um grande ganho de escala na compra de painéis solares e flutuadores”, disse Gonçalves.

Ele acrescentou que os projetos visam áreas como reservatórios e barragens, o que simplifica o processo de licenciamento ambiental.

A F2B estava montando a primeira usina solar flutuante da América Latina em um poço exaurido de mineração. Orçada em R$ 5 milhões (US$ 1 mi), a usina de 1 MW (na foto) começou recentemente a operar na unidade de mineração do Grupo AB Areias, no município de Roseira, São Paulo. A planta cobre 8 mil m² e envolve 1.852 painéis solares.

Os insumos foram fabricados no Brasil, utilizando resina de alta densidade com tratamento ultravioleta e alumínio de alta qualidade para vida útil em torno de 30 anos.

A tecnologia solar flutuante da F2B foi desenvolvida em parceria com a italiana NGR Island.

A empresa tem 4 MW instalados no Brasil e planeja implantar mais 2 MW este ano, antes de passar para grandes projetos, com produção de 50 a 60 MW.

A F2B agora trabalha em um projeto solar flutuante com uma usina hidrelétrica no estado do Rio de Janeiro, enquanto negocia um empreendimento diferente com o proprietário de um aterro sanitário abandonado.

“Nesse caso, vamos colocar água dentro do flutuador para criar peso. Com lixo embaixo, então não há como fixar a planta com segurança. Não será uma usina flutuante, pois será em terra”, disse Gonçalves.