Por que o setor elétrico brasileiro segue atrativo para fusões e aquisições

O setor elétrico brasileiro segue atrativo para fusões e aquisições, apesar dos obstáculos econômicos.

“Com a eleição do [presidente] Lula, que trouxe uma agenda mais forte em termos de descarbonização, houve uma volta de investidores europeus e asiáticos, além de fundos de pensão e soberanos”, disse à BNamericas Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG.

Por outro lado, o baixo preço da energia no mercado livre e a elevada taxa de juro do país colocam desafios.

“Quem está na fase mais greenfield de projetos, sem PPA [contrato de compra e venda de energia] assinado, enfrenta maior dificuldade quando busca M&A”, acrescentou.

Além da geração solar distribuída, Coimbra explicou que há um forte apetite por ativos de transmissão de energia, especialmente projetos brownfield.

Enquanto isso, as principais empresas petrolíferas, como Equinor, TotalEnergies e Shell, estão consolidando suas agendas de energias renováveis, olhando não apenas para a geração de energia, mas também para a comercialização.

Todas as três, tal como a Petrobras, também estão de olho na geração eólica offshore, que ainda depende de regulamentação.

Óleo e gás

Na área de exploração e produção de petróleo e gás, as oportunidades de M&A diminuíram depois que a Petrobras praticamente concluiu seu programa de desinvestimentos, o qual envolveu principalmente ativos onshore e em águas rasas.

“Há pouco pipeline para o onshore, e há muitos players que entraram e abriram capital, então, em algum momento, terá de haver uma consolidação”, disse Coimbra.

“O offshore já é assim: geralmente um operando e vários dividindo o risco, devido ao elevado capex dos empreendimentos”, completou.

SOLAR

A consultoria Greener mapeou 11 transações públicas envolvendo empresas da cadeia solar e usinas de geração fotovoltaica no Brasil no terceiro trimestre, mais que o dobro do número do mesmo período do ano passado.