Preço da energia solar no Brasil deve permanecer estável

O preço da energia solar no Brasil deve permanecer estável em 2024 e 2025, prevê Fabio Carrara, CEO e fundador da Solfácil.

Carrara acredita que “leves quedas” são possíveis, apesar da alta do dólar.

“As variações serão menos acentuadas se comparadas às observadas no último ano e meio”, disse o executivo à BNamericas.

Em um estudo publicado recentemente, a Solfácil apontou que o preço médio da energia solar no Brasil para residências caiu 9% no primeiro semestre.

O preço médio, que era de R$ 2,92 (US$ 0,53) por watt-pico (Wp) no último trimestre de 2023, caiu para R$ 2,66/Wp no segundo trimestre deste ano.

A redução foi impulsionada pela queda no custo do polissilício, principal matéria-prima para a fabricação de placas solares. Apenas no segundo trimestre, a diminuição foi de 4%.

Os dados mostram que a queda nos preços dos projetos se manteve em todas as faixas de potência, de 2-4 kWp até mais de 15 kWp.

Quase todos os estados brasileiros registraram redução nos preços no segundo trimestre, exceto Minas Gerais.

As maiores quedas foram observadas no Rio Grande do Sul, onde o preço médio da energia solar é de R$ 2,67/Wp, e em Roraima (R$ 2,34/Wp), com recuo de 15% em relação ao primeiro trimestre do ano.

Com o preço atual de R$ 2,30/Wp, uma queda de 9%, Rondônia se destaca como o estado mais barato para a instalação de energia solar residencial no Brasil, seguido por Roraima (R$ 2,34/Wp), Amapá (R$ 2,36/Wp), Acre (R$ 2,47/Wp) e Mato Grosso (R$ 2,49/Wp).

A Solfácil também analisou a escolha de marcas de inversores solares em diferentes regiões do Brasil. Deye e Goodwe ultrapassaram a Growatt como as marcas de inversores mais presentes nas solicitações pelo país. A Deye se destacou em projetos de menor potência, enquanto a Goodwe está ganhando espaço em projetos maiores.

A Solfácil oferece financiamento, distribuição de equipamentos solares, sistema de monitoramento de energia solar, seguros e programa de benefícios para integradores.

Os investidores da empresa incluem QED Investors, SoftBank Group, Valor e o Banco Mundial (IFC), que já aportaram mais de R$ 800 milhões em três rodadas de capital.

DEMANDA

Segundo Carrara, a demanda por sistemas solares deve crescer no segundo semestre.

“A segunda metade do ano costuma ter um aumento na busca por energia solar, especialmente com a aproximação do verão”, disse ele.

O executivo acrescentou que os consumidores tendem a buscar alternativas para reduzir seus gastos, como a instalação de sistemas de geração de energia próprios.

“Além disso, a resolução recente da Aneel, que soluciona as negativas de projetos de inversão de fluxo de potência para projetos de até 7,5 kWp, deve impulsionar a demanda nesse segmento, especialmente para projetos menores”, completou Carrara.