Problemas da Codelco reacendem debate sobre entrada no mercado de ações
As quedas de 31,3% na geração de caixa e de 43,9% nos aportes ao Tesouro da mineradora estatal chilena Codelco no período de janeiro a setembro, em comparação com o mesmo período de 2022, reacendem o debate sobre a conveniência de sua entrada no mercado de ações.
Embora o ex-presidente do Banco Central José de Gregorio tenha pedido para não confundir a medida com uma privatização, ele destacou que a opção de incorporar parceiros privados deveria ser considerada para ajudar a empresa de cobre a enfrentar seu elevado nível de endividamento. Uma medida semelhante foi sugerida pelo antigo candidato à presidência, Felipe Kast, de centro-direita, na sua campanha de 2017.
Kast propôs utilizar os fundos de pensões privados geridos pelas AFP para capitalizar 30% da Codelco.
Nos primeiros nove meses do ano, o Ebitda da Codelco caiu para US$ 3,23 bilhões, US$ 1,46 bilhão a menos que o obtido no mesmo período do ano passado, devido a fatores como redução nas vendas de cobre e subprodutos como molibdênio, maiores custos e aumento das despesas não operacionais, de acordo com o último relatório financeiro da empresa.
Além disso, ela deixou de contribuir com US$ 1,10 bilhão para o Tesouro. A Codelco reportou uma redução de 65% nos seus excedentes, para US$ 917 milhões. Por ser uma empresa estatal que entrega todo o seu lucro ao Tesouro, a mineradora enfatiza os lucros antes dos impostos.
“Existem muitas formas de segurança para evitar o receio que as pessoas têm da privatização, por exemplo, colocando nos estatutos da empresa e na Constituição que o Estado chileno terá sempre a maioria no conselho de administração. Seria um grande erro privatizar a empresa, porque as pessoas que querem fazer isso estão tentando consumir o capital”, afirmou Gregorio em entrevista ao jornal local El Mercurio.
Gregorio, que foi ministro de Economia, Mineração e Energia no primeiro ano da gestão do presidente Ricardo Lagos (2000-2006), comentou que as prioridades do Estado são as questões sociais, como saúde e educação, e não a entrega de capital para o negócio de mineração da Codelco.
No período de janeiro a setembro, os custos diretos da empresa aumentaram 29,9%, para US$ 2.045/lb, em grande parte por conta do declínio na produção de cobre de 96.000 toneladas, informou a Codelco em seus resultados.
A elevação dos custos diretos da mineradora estatal é uma tendência crescente desde 2021.
Da mesma forma, no primeiro semestre do ano, 19 grandes operações de mineração de cobre no Chile, de um total de 22, incluindo as da Codelco, reportaram um aumento de custos, segundo dados da comissão de cobre Cochilco.
Os custos da Codelco também foram influenciados pelo aumento da inflação nos salários e contratos, já que o IPC acumulou alta de 5,1% nos 12 meses contabilizados até setembro, segundo a agência de estatísticas INE.
Enquanto isso, o custo líquido do cátodo (C3) da Codelco aumentou 31,4% nos nove meses, para US$ 3,30/lb, devido a atrasos em seus projetos estruturais, à volatilidade do cenário atual no mundo e aos preços dos insumos.
O valor do petróleo aumentou 6% desde o início do conflito no Oriente Médio, indicou o Banco Mundial, em meio a um mercado global que continua recebendo os golpes da guerra da Rússia com a Ucrânia.
“A alta do óleo cru encarece os processos produtivos de extração das mineradoras, ao que se soma o aumento do valor do dólar e a incerteza”, apontou Karen Zelmanovits, analista de contas sênior da FXGlobe, em bate-papo com a BNamericas.
No final do ano passado, a Codelco tinha uma dívida financeira de US$ 17,36 bilhões, que no final do primeiro semestre deste ano tinha subido para US$ 18,45 bilhões. O nível de endividamento da companhia tem aumentado desde 2008, segundo uma análise do centro de estudos do cobre Cesco.
“A Codelco vive provavelmente um dos momentos mais complexos dos seus 52 anos de história, com níveis de produção cada vez menores que suas próprias projeções, com atrasos e derrapagens de custos de projetos estruturais que ultrapassam 50%”, relatou o Cesco. A entidade projetou que a dívida da estatal aumentaria para US$ 30 bilhões até 2030.
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