Produção de etanol cresce no Brasil

A produção de etanol na região Centro-Sul do Brasil deve chegar a 30,9 bilhões de litros (Bl) na safra de 2023 e 2024, um aumento de 6% em relação ao ano anterior, disse Beatriz Pupo, analista sênior de biocombustíveis da S&P Global Commodity Insights, à BNamericas.

Essa será a primeira vez em dois anos que a produção do Centro-Sul supera a marca de 30 Bl, com o crescimento impulsionado principalmente pelo etanol de milho, cuja produção está estimada em 5,4 Bl no período de 2023-24, uma alta de 24%.

A estimativa atual de moagem de cana-de-açúcar da S&P Global para 2023-24 continua praticamente inalterada, em 586 milhões de toneladas.

“Isso ainda pode mudar, dependendo do clima e dos preços relativos do açúcar e do etanol até o início da próxima safra”, apontou Pupo.

Ela acrescentou que, com as chuvas acumuladas até agora no ano – 45% acima do mesmo período de 2021 –, as usinas conseguiram aumentar a renovação dos campos em até 10%, o que poderia reduzir a idade média da cana em 2023-24, dependendo plantações nos próximos meses.

O etanol é um dos principais combustíveis do segmento de transportes do Brasil. Enquanto o etanol anidro forma a gasolina C, combinado com a gasolina A, o etanol hidratado é usado em veículos flex, que podem rodar tanto com gasolina quanto com etanol.

PERSPECTIVA DE LONGO PRAZO

A oferta de etanol no Brasil deve crescer entre 18% e 53% até 2032 em cenários de baixa e alta, de 34,5 Bl em 2023 para 40,7 Bl e 52,9 Bl, respectivamente, segundo projeções da empresa federal de pesquisa energética EPE.

O cenário médio prevê um crescimento de 35% em 2032, chegando a 46,8 Bl.

Em todos os cenários, a cana-de-açúcar continuará sendo a principal matéria-prima para a produção de etanol, com o milho aumentando significativamente sua participação.

Fonte: EPE

Segundo o estudo da EPE, os investimentos necessários para o aumento da produção de etanol na próxima década variam entre R$ 12,3 bilhões (atualmente US$ 2,3 bilhões) e R$ 29,5 bilhões, no caso do etanol de cana de primeira geração (1G), e entre R$ 3 bilhões e R$ 10 bilhões para etanol de segunda geração (2G).

Para o etanol de milho, o capex projetado até 2032 está entre R$ 7,5 bilhões e R$ 15,9 bilhões.