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Análise

Qual tema dominará o debate chileno sobre hidrogênio em 2024?

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Qual tema dominará o debate chileno sobre hidrogênio em 2024?

O Chile não falha em termos de apresentação de propostas para projetos de hidrogênio verde. Cerca de 60 projetos foram anunciados publicamente, a maior parte foi planejada por consórcios de empresas, cada uma contribuindo com algo diferente para o debate.

No primeiro semestre de 2022, foram contabilizados cerca de 25.

Cerca de metade dos projetos visam o mercado interno, o restante é exclusivamente para exportação ou orientados para compradores de energia estrangeiros e locais.

As coisas estão mudando e os trabalhos avançam em várias frentes, incluindo licenciamento e infraestrutura de midstream, porém, para iniciar a obra e obter apoio dos bancos, serão necessários contratos sólidos de compra. E esse tema – em particular, a questão associada aos subsídios do lado da demanda – poderá dominar os debates nas salas de reuniões e nas conferências do próximo ano. Principalmente porque o Chile corre o risco de perder oportunidade de ser pioneiro.

O apoio estatal está em debate. O Chile estabeleceu uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para financiar e reduzir o risco de projetos e concedeu subsídios para aquisição de eletrolisadores pela agência estatal de fomento (Corfo). O poder dos subsídios do Chile, no entanto, é insignificante em comparação com o dos EUA, que também buscam captar uma fatia do investimento. Dadas as perspectivas limitadas, de maiores gastos com subsídios, o Chile poderia oferecer outras recompensas, especialmente para os projetos que visam a demanda local ou sem acesso aos grandes fundos das empresas internacionais.

Os trabalhos avançam no sentido de criar um cenário empresarial mais fértil, reduzindo a incerteza do licenciamento de projetos, oferecendo benefícios fiscais e desenvolvendo infraestrutura compartilhada, enquanto o setor privado lançou a ideia de fechar contratos com o Estado. A estatal petrolífera Enap opera três refinarias que consomem hidrogênio, enquanto a gigante estatal de mineração Codelco poderia tecnicamente utilizar hidrogênio, em vez de diesel nas suas minas.

Alguns stakeholders também sublinham a importância de divulgar os benefícios ambientais do hidrogênio verde em detrimento dos combustíveis fósseis, e vez de focar apenas nos custos.

Em uma perspectiva a longo prazo, o Chile importa praticamente todo o petróleo bruto que consome, grande parte refinado em gasolina, um combustível que poderia eventualmente ser substituído pela alternativa sintética produzida a partir do metanol verde derivado. A Enap, além de planejar projetos de reconversão de terminais marítimos, na região sul de Magalhães, para apoiar o desenvolvimento de hidrogênio, também tem planos de construir uma planta-piloto de combustíveis sintéticos de 10 MW. Os estudos – realizados pela Ferrostaal Chile e Ineratec – devem ser concluídos no primeiro trimestre de 2024. A empresa também disse anteriormente que uma instalação-piloto de hidrogênio verde, de 1,2 MW, planejada para Magalhães deveria ser comissionada em 2025.

Enquanto isso, o Chile tem dois projetos de hidrogênio verde em fase de revisão ambiental – Cabo Negro e Quintero – e este número aumentará em 2024.

Em termos de projetos centrados na exportação, dado o interesse da Europa e Ásia pelo hidrogênio verde importado e os respectivos objetivos de descarbonização, as negociações poderão aumentar no próximo ano. Um fornecedor europeu de infraestrutura midstream disse recentemente à BNamericas que o Chile está passando por um momento ideal para construir oportunidades de negócios e que esperava assinar contratos a partir de 2025.

Dadas as circunstâncias atuais, para o próximo ano está previsto um trabalho contínuo para tentar incentivar e facilitar o investimento, com a construção de usinas de grande escala, possivelmente, começando em 2025. Para aprovar a legislação no Congresso, o ano de 2024 será crítico para a administração em exercício, já que 2025 é um ano eleitoral em que a atenção será transferida para a escolha de um novo presidente e legisladores.

ROTEIRO, LICENCIAMENTO, REFORMA TRIBUTÁRIA, PLANEJAMENTO TERRITORIAL E ESTUDOS DE BASE

Roteiro

O governo está preparando a publicação do seu roteiro definitivo para hidrogênio verde 2023-2030, que se baseará na estratégia de 2020 para o hidrogênio verde.

Licenciamento

Paralelamente, o governo está preparando publicação de um projeto de legislação para rever o licenciamento ambiental e setorial. Existe consenso político sobre a necessidade de acelerar o processo sem comprometer os padrões. Entre as duas opções, a reforma do licenciamento ambiental é a mais sensível em termos de política.

Imposto

Enquanto isso, créditos fiscais e outros benefícios são propostos no pacto fiscal do governo, o qual trata de uma série de medidas para aumentar a transparência, modernizar o Estado e estimular o investimento, a produtividade e o crescimento. As propostas de pacto fiscal estão em análise, bem como um projeto de lei fiscal associado que deve ser apresentado em março. Também foram propostas medidas de incentivo a nível regional.

Planejamento territorial e estudos de base

Em novembro, o Ministério do Meio Ambiente concedeu a uma universidade um contrato para realizar estudos ambientais de base na região de Magalhães. Entre outras finalidades, os resultados do estudo podem ser utilizados pelo setor privado no planejamento de projetos, e pelo setor público para fins de planejamento territorial e formulação de políticas.

Vários projetos de hidrogênio verde de grande escala estão destinados para Magalhães, onde um plano estratégico de energia está em desenvolvimento.

O QUE ESPERAR

A estratégia de hidrogênio do Chile pretende estabelecer de capacidade 5 GW de eletrólise em operação, e em desenvolvimento, em 2025. Este objetivo é tecnicamente viável de ser alcançado, mas a grande questão é determinar que parcela desta capacidade estaria realmente bombeando hidrogênio verde, especialmente considerando que, hoje, apenas 250 MW estão na fase de revisão ambiental.

Como o Chile já tem um vasto portfólio de projetos, no próximo ano o foco estará em outros aspectos do hidrogênio: no ambiente operacional/de negócios e no cenário de consumo/demanda. Em outras palavras, a transição desde o projeto até a obra em si.

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